quarta-feira, 19 de maio de 2010

De fé.

Você se considera uma pessoa de fé?
Fé em quê?
Por quê será que quando falamos sobre fé, sempre levamos a questão para o lado religioso?
Há muito mais além do que se vê.

Por uma questão ética, fui até a locadora alugar Avatar para assistir e, assim, poder dar opiniões com fundamento.
Sabendo de antemão que possivelmente não iria gostar do filme, baseado em inúmeras resenhas internet afora e opiniões de amigos, resolvi alugar outro filme para assistir em seguida.

Minha escolha foi Contato, de Robert Zemeckis.

Bom, pra começar: Avatar.
James Cameron nunca foi dos meus diretores favoritos. Não sou grande fã da franquia Exterminador do Futuro apesar de gostar muito do II). Titanic não me impressionou nem um pouco (pra não dizer que achei chato) e por aí vai.

Admito que visualmente o filme é formidável. Em 3D na sala de cinema deve ser ainda mais impactante.
Mas eu sempre deixei claro que o que me faz vibrar e amar o cinema são as histórias. Se a história é boa, não me importo se há falhas de efeitos especiais ou algo do gênero. Isso fica em segundo plano.

O que Cameron fez foi deixar o roteiro em segundo plano.
E isso eu não admito.
Nos primeiros vinte minutos do filme, já estava adivinhando o final.
Como acabei realmente adivinhando o final, terminei o filme decepcionado.

Ora bolas, de que adianta tanto efeito especial, tanto impacto visual para contar uma história óbvia e contada inúmeras vezes no cinema e na literatura?
Me deu até medo de assistir Alice No País das Maravilhas...
Será que essa mania de 3D e mega efeitos vai acabar matando as boas histórias no cinema?

Bem. Depois dessa experiência, coloquei Contato no DVD.
E aí sim a experiência foi outra.
Como diria Maurício Saldanha (do excelente podcast Rapaduracast), aí sim, bem-vindos ao mundo espetacular do cinema.

O diretor de De Volta Para O Futuro e Forrest Gump traz uma história encantadora do mestre Carl Sagan! Jodie Foster está impressionante no papel de Ellie, uma cientista cética que busca vida no espaço sideral.

O que mais me encantou no filme ao revê-lo foi que, ao primeiro momento o espectator pensa tratar-se de um filme sobre extraterrestres "I want to believe" e coisas do gênero.
Quando na realidade o grande mote do filme é a fé. Não só a fé num deus, mas a fé no que cada um acredita ser certo.

O filme me fez pensar muito.
Sobre o que eu acredito, o que eu faço para manter viva minha fé em mim mesmo, na música que eu faço...enfim, a fé na minha vida.

Espero realmente que todo mundo um dia possa passar por essa experiência de questionamento e de crença. Uma afirmação de sua própria fé. Que seja em deus. Que seja na música. Que seja no que for que faça sentido na vida de cada um.

Assistir Contato me aliviou muito de algumas coisas que andavam rondando minha cabeça. Profissionalmente falando e pessoalmente falando também.
Percebo que estou no caminho certo. Que talvez me saia melhor do que imagino na publicidade (não só na faculdad em si).

Muita coisa falta para eu me tornar uma pessoa melhor. Isso é fato.
Ainda sou inseguro e imaturo.
Mas vislumbro um caminho a seguir.
Percebi que tenho mais fé do que imaginei.

Portanto, leitor ou leitora.
Pare agora de ler e vá assistir este belo filme de Robert Zemeckis.
Depois volte aqui para acabar de ler o post e comentar, ok.










































Tudo bem.
Se tu preferir, acabe de ler e comente. E assista o filme outra hora.


Passarinho, que som é esse?


Wonkavision - Wonkavision

A banda Wonkavision é, para mim, um dos maiores expoentes da música gaúcha contemporânea. Com uma proposta musical clara e uma proposta artística original e instigante.

É uma banda de rock.
Um delicioso power pop que mistura Weezer, Pavement e o que há de melhor no indie rock e power pop.
Após duas demos de grande êxito no sul do país, a banda ganhou um festival e conseguiu como prêmio a gravação de seu primeiro disco.

Com a produção cuidadosa de John Ulhoa (sim, aquele do Pato Fu), saiu em 2004 o disco homônimo (que ganhou re-edição em 2006). Lançado inicialmente pela Orbeat, selo gaúcho da RBS, o disco não emplacou nacionalmente nem trouxe grande êxito comercial, mas catapultou a banda para o cenário independente nacional. Em 2005 a banda rescindiu seu contrato com a Orbeat e re-lançou o disco de forma independente em 2006.

Mas falemos de música.

A formação permitiu uma excelente opção de variações para a banda fugir de certos clichês do gênero a que está ligada.
Com Will na guitarra e voz, Manu nos teclados e voz, Kiko na bateria e Grazi no baixo e voz, a banda traça harmonias doces e fortes nos vocais sobre uma parede saturada de guitarras e uma cozinha coesa segurando a onda enquanto intervenções de moog dão um clima retrô-psicodélico às músicas.

A temática da banda é interessante. Em um dos releases, eles afirmam que a idéia é de contrastar canções saborosas, melodias assobiáveis com letras pessimistas e auto-críticas.

A canção que abre o disco retrata bem isso O Plano Mudou tem uma letra soturna: "Vou tomar veneno puro, me enforcar num quarto escuro..." Barra pesada. Mas a melodia é deliciosa. Quando tu acha que tudo está muito confuso vem a doce voz de Grazi dizendo: "Eu vou sim, seguir o que meu coração sentir"!

Tem ainda Comprimidos, uma de minhas favoritas. A música é um agradável power pop chicletudo e a letra fala sobre anti-depressivos.
Coisa de gênio!

Mas também tem as belas canções de amor, não menos recheadas de guitarras ganchudas, mas com as doces harmonias vocais de Grazi e Manu como em Nanana, Aquele Alguém e Tente Por Mim.

Também há temas mais inusitados como a instigante Brinquedos, com refrão em francês e uma referência clara a um menage a trois.

É um disco sensacional.
Não dá pra cansar de ouvir. Cabe em qualquer momento. Desde uma festa badalada até uma tarde relaxante em casa.

Recomendadíssimo!


Este disco é para quem gosta de:
Fazer bola de chiclete, Roupa colorida, Weezer, All Star vermelho, dirigir ouvindo música, faculdade de comunicação, guitarras Les Paul, namorar.



Aperta o play, Macaco! - Quando 16 - Wonkavision

quinta-feira, 13 de maio de 2010