quinta-feira, 27 de junho de 2013

A realidade do amor.

Após um bom tempo ausente, volto a este blog com muita alegria.
Atualmente parece que os tempos de mudanças e renovações se fazem cada vez mais presente.
Mas eu não venho hoje falar de manifestações políticas nem nada assim.
Venho falar da vida e do amor. O que acaba sendo mais simples e, ao mesmo tempo, mais complicado do que falar da situação socio-política do país.

Hoje vou falar de um filme que esperei muito para assistir.
Before Midnight (Antes da Meia Noite), lançado neste mês de junho e dirigido por Richard Linklater, que também escreveu o roteiro junto com os atores Ethan Hawke e Julie Delpy, protagonistas do longa.
Para quem ainda não se deu conta, trata-se da sequência dos filmes Before Sunrise (Antes do Amanhecer, de 1995) e Before Sunset (Antes do Pôr-do-sol, de 2004). Uma história que beira duas décadas de encontros e desencontros. Tudo começou em Viena, onde Jesse e Celine (Hawke e Delpy respectivamente) passam o dia juntos e se apaixonam. Dez anos depois acontece o reencontro do casal em Paris onde Jesse está divulgando seu livro escrito à partir das memórias  em Viena.

Os dois primeiros filmes seguem a mesma fórmula com diálogos deliciosos e uma fotografia delicada em incríveis planos sequência. Além de sempre deixar no ar seu desfecho.

Neste Before Midnight as coisas já são bem diferentes. Somos apresentados a novos personagens, veremos novos elementos e uma nova realidade.
Não são mais encontros propriamente ditos. Mas sim desencontros. Não desencontros físicos, mas desencontros de sentimentos, de diálogo...

Tecnicamente o filme esbanja beleza e cuidado. A história se passa na Grécia, o que ajuda muito a fotografia, com belas paisagens. A direção e a montagem são executados com muito cuidado e carinho e o roteiro, o ponto forte de toda a franquia, é soberbo! Diálogos certeiros, saborosos.
E as atuações de Ethan Hawke e Julie Delpy são um capítulo á parte. Raríssimo ver tamanha entrega e química entre ator e personagem.

Before Midnight dá um passo a frente em relação a seus antecessores por ser mais realista, apresentar uma maturidade consciente e entregar ao público mais respostas do que perguntas.

Apesar de todo esse realismo, é um filme que esbanja romance e, principalmente, esperança.
É um filme que te abraça e te mostra que o amor é feito de perseverança, confiança e obstáculos que só podem ser vencidos a dois.

Sem exageros sentimentalistas, sem lágrimas na sala do cinema (ao contrário dos dois anteriores).
Before Midnight vem responder do que é feito o verdadeiro amor.

Não perca a oportunidade de descobrir a resposta.
O faça, de preferência, na companhia do seu amor.


Passarinho, que som é esse?

Meddle - Pink Floyd

A banda Pink Floyd tem seu nome gravado na história da música pop por ser a banda de rock progressivo que mais conseguiu destaque fora do seu nicho através dos icônicos discos Dark Side Of The Moon (1973) e The Wall (1979).

Mas a verdade é que, desde muito antes, o Pink Floyd já construía uma carreira sólida e muito criativa, mesmo  a perda traumática de seu vocalista e, então principal compositor, Syd Barret em 1967, logo após o lançamento do primeiro (e excelente) disco da banda, The Piper at Gates of Dawn.

Sem Barret, a banda deixou um pouco de lado a psicodelia festiva de seu primeiro álbum e passou a apresentar músicas mais longas, um instrumental muito bem arranjado e belas melodias. Em Ummagumma (1969) e Atom Heart Mother (1970) trouxeram grandes suítes instrumentais ocupando lados inteiros dos discos e perdendo muito do seu apelo pop.

Meddle é o disco que marca o reencontro da banda com a canção, com a simplicidade e o frescor do pop. Foi o primeiro passo em direção a consagração que viria dois anos depois com Dark Side Of The Moon.

Aqui encontramos todo o ecletismo e criatividade do Pink Floyd em 6 excelentes músicas.
O lado A do disco abre com One Of These Days, uma música energética e pesada, com um vigoroso riff de guitarra de David Gilmour e o baixo pulsante de Roger Waters. Na sequência, A Pillow of Winds é uma belíssima balada com um arranjo de cordas brilhante, um violão suave e a guitarra etérea com slide e altos e baixos de volume. Fearless é outra canção arrebatadora! Um refrão doce e uma melodia envolvente que culmina com a gravação da torcida do Liverpool F. C. entoando seu hino You'll Never Walk Alone. É de arrepiar! Falando em Liverpool, em seguida encontramos a música San Tropez, uma deliciosa canção pop com cara de Beatles. Fechando o lado A está Seamus, um blues simples com a participação dele mesmo, Seamus, um cão que, teoricamente, uiva no mesmo tom da canção...não chega a ser uma música excelente, mas é bacana, vale como curiosidade.

O lado B do disco traz uma só música. A épica Echoes.
Uma obra de arte, de fato. Arranjo esplêndido, todos os músicos estão incríveis na execução. São vinte e tantos minutos que se passam sem o ouvinte notar. A beleza da melodia é reforçada com a dobra de vocal irretocável entre Gilmour e o tecladista Richard Wright.

É um disco excelente que merece ser ouvido por todos.

Ouso dizer:
Discoteca básica!

Este disco é para quem gosta de:
Passar horas estudando música, cabelos muito longos e bem cuidados, falar pausadamente, Yes, guitarras stratocaster, filmes do Gus Van Sant, King Crimson, café fraco.

Aperta o play, Macaco! - There's A Light That Never Goes Out - The Smiths