segunda-feira, 4 de abril de 2011

Nem sempre funciona.

Venho hoje escrever aqui porque amo cinema.
O que me motiva a escrever aqui é falar sobre filmes que eu assisto e me emociono, me identifico...

A "experiência do cinema", como alguns de nós chama, é algo deslumbrante. Assistir a um filme e se identificar com um personagem, sofrer com ele, rir com ele. Também há os casos de um filme te levar a outra realidade, te encantar com uma história fantástica.

Para mim tudo é válido no cinema. Desde que você me traga uma história realmente cativante, envolvente e surpreendente.
Em determinados filmes o fator surpresa é fundamental. Aquela reviravolta do roteiro que te surpreende.
É por isso que venho, pela primeira vez neste blog, falar de um filme que me decepcionou.
E venho falar sobre ele porque o peguei com certa expectativa. Um diretor que não tinha me decepcionado até então.

Estou falando de Blood Work (Dívida de Sangue, aqui no Brasil), filme lançado em 2002 dirigido pelo Clint Eastwood.

O filme começa muito bem. Um assassinato com uma mensagem para um determinado policial....
Bem, vamos logo aos detalhes então.

Terry McLabeb (Clint Eastwood) é um famoso policial que desvenda vários crimes, alguns direcionados para ele através de mensagens.
Na cena de um desses crimes, McLabeb, que já tem certa idade, reconhece o assassino na cena do crime e sai correndo atrás dele. Depois de correr muito, ele cansa e acaba tendo um ataque cardíaco.

Passam-se dois anos e ele se recupera através de um transplante de coração.
Aposentado, ele vive num barco e tem como vizinho Buddy (Jeff Daniels).
Eis que aparece uma mulher atrás de McLabeb dizendo que sua irmã fora assassinada e gostaria que ele desvendasse o crime argumentando que o novo coração dele era o coração de sua irmã.

Começa aí a caça ao assassino.

O filme começa bem. Interessante e tudo. Mas, à partir do momento que começam as investigações, algumas cenas já mostram ao espectador mais atento várias pistas de quem é o assassino e tal.
Conclusão: No meio do filme, você já tem quase certeza de quem é o assassino e qual a relação entre os crimes que levam à morte da garota.

Não vou contar nada para quem quiser assistir tirar suas conclusões.

Visão técnica do filme.
Clint Eastwood é o mesmo de sempre. Policial durão e teimoso. Jeff Daniels se sai bem também, mas exagera em certos momentos. No elenco não há nada muito relevante.
O roteiro de Brian Helgeland é até bem escrito, mas é desleixado na trama. Escancara muito detalhes que poderiam ser mais minuciosos e intrigantes. A história cai no óbvio facilmente.
Clint Eastwood é um bom diretor, conduz bem a história, mas não faz muito que saia do cotidianoou que torne o filme mais atraente.
Se por um lado não há uma história envolvente, também não há grande apelo visual.

É um filme na média. É aquele tipo de filme que passa na Super Cine sábado de noite. Até tem uma certa carga de tensão, mas é superficial.

Para mim, senti minha inteligência subestimada. E isso me deixa puto em um filme.
Quando já dá pra sacar muita coisa, se o roteiro não virar de ponta cabeça e me trouxer um final surpreendente, vou sair decepcionado.

Se Eastwood queria um filme policial mais interessante, deveria ter assistido Seven ou Gosto de Sangue antes...

Assista se estiver afim para tirar suas próprias conclusões.
Mas eu não recomendo não.

Passarinho, que som é esse?


Like Swimming - Morphine

A banda Morphine é, com certeza, uma das bandas mais interessantes da história da música pop. Tanto sua obra como sua história é bem incomum.

A banda começou em 1989. Mark Sandman, baixista e vocalista, juntou-se a Dana Colley e o baterista Billy Conway e começaram a misturar jazz, blues com elementos do rock e new wave, chegando a uma mistura interessante e difícil de classificar.
Pra ficar ainda mais incomum, a banda não contava com guitarrista e Sandman costumava se apresentar com apenas duas cordas em seu contra-baixo.

Detalhe final:
Em 1999 Mark Sandman morreu de um ataque cardíaco fulminante durante um show da banda, em pleno palco.

Nada como um final feliz, né?

Mas vamos ao disco.

Like Swimming é o quarto disco do trio, lançado em 1997.
A banda é mais conhecida pelo seu segundo disco, Cure For Pain, mas este Like Swimming me pegou de jeito.

As músicas são hipnóticas, com profundidade. É muito difícil tu se prender a um aspecto só. Os arranjos são geniais.
Apesar do nome, não vá esperando uma banda de canções sonolentas e embriagadas.

Claro que uma coisa é a banda no palco e outra em estúdio. Assim sendo, é claro que a banda faz uso de guitarras e teclados. Mas tudo bem colocado e sem exageros, para que a coisa não saia de controle no palco, na hora de fazer ao vivo (alguém pode acabar tendo um enfarte por causa de coisas assim...).

Piadinhas à parte, o disco é contagiante.
Já começo destacando minha favorita Murder For The Money, com uma pegada blues pesada.
Blues, alíás, acho que permeia o disco todo.
Na sequência de Murder For The Money, temos French Fries With Pepper, outro blues, daqueles hipnóticos, com uma marcação de baixo sensacional em parceria com o sax grave de Colley.
Ainda na onda mais blues, temos a faixa-título, Like Swimming e a pesadíssima Eleven O'Clock.

O disco ainda vai passear pelo jazz em Swing It Low, I Know You Pt. 3 e Wishing Well. Passa pelo rock e pop mais tradicionais em canções como Potion e Early To Bed.

É um disco a ser ouvido em momentos de criação e descanso. Momentos em que tu não quer pensar muito e está com a cabeça cheia.

Pode parecer estranho, mas é um disco de canções tensas, que acabam por te relaxar durante a audição do disco como um todo.

Mergulhe fundo nesse disco agora.
Tu não vai se arrepender.


Esse Disco É Para Quem Gosta de: Festa estranha com gente esquisita, Echo and Bunnymen, tênis All Star, conhaque com limão, filmes sobre junkies, Lou Reed, óculos escuros na balada.

Aperta o Play, Macaco! -
What God Wants Part 1 - Roger Waters