sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Aproveitando um trabalho que tive que fazer para a faculdade, assisti o filme nacional Como Fazer Um Filme de Amor.

Achei o filme bem interessante e resolvi resenhar ele aqui pra vocês.

Como Fazer Um Filme de Amor


Mascando clichê.


O título deste filme de José Roberto Torero é muito auto-explicativo.
O filme vem retratar todos os clichês possíveis e imagináveis usados para atrair a atenção do público-alvo de filmes românticos (leia-se: mulheres).

O longa ganha pontos por ser um filme autoral (coisa cada vez mais rara, não só no cinema nacional). Torero é um roteirista de mão cheia. Neste trabalho, amarra muito bem as cenas, fazendo uso de um narrador esperto e engraçado.

As atuações funcion
am bem. Denise Fraga é a protagonista junto com Cássio Gabus Mendes.
Fraga é a típica mocinha de comédias românticas. Simpática, divertida, esforçada, bondosa...ela tem que ser encantadora sem fazer uso somente da beleza. Mas seu desempenho deixa um pouco a desejar. Ela não consegue cativar o espectador como deveria. Mas se sai bem nas cenas mais engraçadas.
Cássio Gabus Mendes já consegue se sair melhor. É convincente ao viver o típico mocinho de filmes românticos, um homem charmoso e petulante, mas solitário. Além, é claro, de ter uma veia cômica excelente.

Mas, como bom clichê d
e cinema, o destaque fica com o vilão. Marisa Orth desempenha maravilhosamente o papel de vilã! Usa de todos os clichês existentes. Roupas escuras, é meio brega, mal-humorada e tem um capanga brucutu (vivido com perfeição por André Abujamra). Orth é naturalmente uma atriz de comédia, o que torna sua personagem ainda mais deliciosa.

O uso dos clichês, que muitas vezes pode decepcionar o espectador, torna o filme mais interessante, já que o narrador (o excelente ator Paulo José) vai deixando claro que aquilo tudo é intencional, justamente para ficar explícito como deve ser feito um filme de amor.

Todos os clichês estão lá. O casal protagonista se encontra pela primeira vez e se desentende, além de, aparentemente, não terem nada em comum.
Laura (Denise Fraga) é meiga e engraçada, boazinha...se preocupa com a mãe doente. Alan (Cássio Gabus Mendes) é ri
co, petulante, mas charmoso e, no decorrer do filme, se mostra solitário. Cada um deles tem um confidente. Ela a mãe, ele o mordomo.

A vilã Lilith (Marisa Orth) é autoritária, mesquinha, mau-humorada. Seu capanga Adolf (André Abujamra) é um brucutu alemão com sotaque carregado, desprovido de cérebro e devoto incondicional de sua chefe.

Ao decorrer do filme, mais e mais clichês pipocam na tela. Praias desertas, o casal correndo em câmera lenta, depois lado a lado trocando segredos, a vilã enciumada faz de tudo para separar o casal apaixonado e, é humilhada no final. O mocinho faz uma "loucura" para demonstrar seu amor...

Enfim. É um filme que ironiza este filão tão rentável do cinema, que se faz valer de uma fórmula só, não deixando espaço para roteiros mais ousados.
E este é o grande mérito de Como Fazer Um Filme de Amor.


Passarinho, que som é esse?


Era Uma Vez Um Gato Xadrez - Acretinice me Atray

Li em algum lugar que deve ter alguma coisa na água do rio Guaíba que faz sair de Porto Alegre tanta banda esquisita.
Deve ser verdade.
Acretinice me Atray é um projeto musical que vem desde o começo dos anos noventa, capitaneado por Egisto Dal Ponte, membro dos Colarinhos Caóticos e produtor do clássico primeiro disco do Júpiter Maçã.
Em resumo, a banda teve várias formações e sempre primou pelo improviso, letras beirando a poesia e o nonsense...tudo muito cretino mesmo.
A formação clássica da banda está neste disco, lançado em 2000: Egisto Dal Santo (baixo), Cléo de Páris (vocal), Jimi Joe (guitarra), Astronauta Pingüim (teclados) e G. Schneider (bateria e outras percussões).

Era Uma Vez Um Gato Xadrez traz a irreverência do rock gaúcho, calcada no teatro do absurdo, jovem-guarda, Oscar Wilde, clichês retrô...tudo programado pra ser exagerado, até mesmo meio forçado. Cretino mesmo!

Essa mistura toda acaba tornando o disco maravilhoso. Tem boas melodias, bom humor, espetadas no povinho pseudo-intelectual...

A música que abre o disco dá o tom da obra toda. Boneca Comestível é uma música jovem-gardista com uma letra bizarra, um haikay nonsense.
Daí em diante, rola muito rock n' roll com um pé no blues e outros trinta e nove pés na psicodelia.

Destaco as canções Meu Amor/Não Existe Amor, Relâmpagos do Progresso, Duas Mulher e Sandina (que ficou famosa pelos Replicantes nos anos oitenta).

Se tu não está habituado a muita loucura sonora, fuja deste disco e vá procurar Mutantes, Júpiter Maçã e coisas do gênero.
Para iniciados neste filão, é só ouvir e se deleitar.

Este disco é para quem gosta de: Tirar onda de retrô, LSD, roupas coloridas, pin-ups, Syd Barret, Monty Phyton, rock gaúcho, brechó, goma de mascar.

erta o play, Macaco! -
I Will - The Beatles



quarta-feira, 24 de novembro de 2010

ESPECIAL PAUL McCARTNEY

ATENÇÃO
Este é um post diferente do formato que você está acostumado a ler.
Não terá resenha de filme e nem a seção "Passarinho, que som é esse?"



Como descrever algo que pareceu um sonho?
Algo que na realidade, sempre foi um sonho distante.

Em outubro se confirmaram os boatos.
Paul McCartney passaria pelo Brasil em novembro.
A venda de ingressos, um caso á parte. A princípio disponíveis somente para clientes do banco Bradesco com cartão de crédito.
Foi onde entraram em ação os amigos. Nos organizamos de forma que ninguém ficasse de fora e garantisse seu ingresso logo na pré-venda.

Nos primeiros minutos do dia 15 de outubro todos os meus sentidos estavam voltados para meu computador. A tensão era enorme. Quando a Patrícia me enviou a mensagem de confirmação um alívio incrível e um frio na espinha percorreu meu corpo.
Paul McCartney passaria pela América Latina em novembro com sua turnê Up and Coming nas cidades de Porto Alegre no dia 07 de novembro, Buenos Aires nos dias 10 e 11 e São Paulo nos dias 21 22.
E meu ingresso para o show do dia 21 de novembro em São Paulo, no estádio do Morumbi, estava garantido.
Pista prime. Na cara do gol!

O espaço de tempo entre o dia 15 de outubro e o dia 20 de novembro pareceu mais longo do que realmente é.
Mas chegou. No sábado, dia 20, peguei a estrada para São Paulo cercado de bons amigos.
A viagem, como se esperava foi divertidíssima. Fomos em dois carros, sendo que tínhamos um par de walk-talkies, por onde os dois carros se comunicavam.


Em São Paulo, no sábado de noite, reunimos toda a turma, de Marília e de São Paulo, num boteco para combinar os detalhes do dia seguinte. E poucas vezes rimos e nos divertimos tanto quanto naquela noite.


E o domingo despontou com sol, contrariando as previsões de chuva. Após um almoço um pouco conturbado num shopping abarrotado de gente nas proximidades do estádio do Morumbi, seguimos, devidamente uniformizados com as camisetas criadas e desenvolvidas por Patrícia, Bruno e Gabriela, para nosso destino: intermináveis filas debaixo do sol.


A única decepção deste show foi a organização na parte de fora do estádio.
Filas bagunçadas se perdiam pela calçada do Morumbi. Os organizadores do evento estavam mais perdidos que o próprio público.


Mas no fim, separamos a turma da pista comum e da pista prime e, cada um pro seu lado, acabou encontrando seu lugar ao sol (e que sol).
Um evento desta magnitude proporciona a oportunidade de se ter contato com gente de todas as regiões do país, e de várias gerações.
Na fila, conversei com um rapaz de Belo Horizonte, uma garota de Recife, outra de Piracicaba e uma senhora de Campo Grande que viera com o marido e filhos.
Com pouco atraso os portões foram abertos por volta de cinco e quarenta e cinco para a entrada do público.
Uma vez lá dentro, vendo aquele palco enorme um aperto no peito é inevitável.

A espera é longa. São três horas e meia que parecem ser seis.

Mas houveram momentos divertidos. Encontramos um casal de meia-idade muito simpático que veria o Macca pela segunda vez. Conversamos e rimos muito.

Mas ás nove da noite em ponto os telões se acendem e começam a passar imagens, recortes, textos e fotos retratando a carreira de McCartney, enquanto sucessos remixados do cantor são tocados. É o começo de tudo.

Pontualmente nove e meia da noite Paul McCartney entra no palco e acena sorridente a um público que cantarola em uníssono "we love you yeah yeah yeah".
A banda ataca a sequência Venus and Mars/Rock Show/Jet. Abraços, lágrimas e gritos por todos os lados. Começava ali uma experiência única para cada uma das 64 mil pessoas ali presentes.

No empurra-empurra eu já não via mais ninguém da turma que estava comigo.
E não estava ligando a mínima para isso.

O show começou energético. Após a sequência de abertura, McCartney esbanjou simpatia falando em português. "Boa noite, paulistas! Boa noite, Brasil!" o público delirou com a saudação. O ex-beatle ainda emendou com bom humor: "Esta noite vou falar um pouco em português. Mas vou falar mais em inglês.".
Na sequência vem All My Loving, clássico do início dos Beatles. Ainda viriam outras canções do tempos dos Beatles como Drive My Car e I've Just Seen a Face.

A magia emanava do palco e contagiava o público. Em The Long and Winding Road era raro ver um rosto sem lágrimas.
Até mesmo as falas ensaiadas e repetidas em shows anteriores emocionavam. Antes de executar My Love, todos já sabiam que Paul Diria "Essa música eu escrevi para a minha gatinha Linda. Mas esta noite ela é para todos os namorados.". Antes de terminar a frase o público já vibrava. E mais e mais lágrimas.

Outra marca das apresentações de McCartney são as homenagens aos dois beatles já falecidos, John Lennon e George Harrison.
Para Lennon, Paul toca emocionado, sozinho no palco a canção Here Today, escrita em homenagem a John Lennon em 1982.
Mas é quando se refere a George Harrison que McCartney eleva a níveis estratosféricos as emoções do público. Paul toca Something, canção escrita por Harrison, inicialmente sozinho com um ukelele (instrumento havaiano que George gostava muito). Mas quando a música chega no momento do solo de guitarra, as luzes do palco se acendem e a banda entra junto.
Enquanto o belíssimo solo de guitarra é tocado, fotos de Harrison passam no enorme telão. E o público mais uma vez explode em choro.

Outro momento sublime durante a apresentação do músico partiu do público. Sabendo que Paul costuma tocar A Day in The Life e emendar Give Peace a Chance (canção de John Lennon), pela internet, os fãs combinaram, através de sites de relacionamento, levar centenas de bexigas brancas para serem lançadas ao ar quando fossem tocadas essas canções. McCartney ficou visivelmente tocado com a cena.

E muito mais ainda viria. A pirotecnia de Live and Let Die, a contagiante Band On The Run e mais standards dos Beatles como Ob-La-Di Ob-La-Da, Back In The USSR, Paperback Writer e Hey Jude.


Em especial I've Got A Felling me enlouqueceu, já que desde sempre está entre minhas favoritas, não só dos Beatles, mas de todo o universo do rock n' roll.

O músico ainda saiu e voltou duas vezes para o bis. Na primeira vez, tocou Day Tripper, Lady Madonna e Get Back. No segundo e final tocou a famosa Yesterday, Helter Skelter e finalizou como costuma fazer há tempos, tocando Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band (Reprise) e The End.
Um final para derrubar até mesmo o mais gelado dos corações humanos.
A belíssima melodia, e a letra...e ao fundo um sol nascente no telão...
E dá-lhe nó na garganta e mais lágrimas.

Detalhe que Macca, no final de tudo, quando se despedia do público, foi dar uma de suas corridinhas no palco e tropeçou levando um tombaço. Tudo mostrado pelos dois enormes telões ao lado do palco.
Mas, como sempre, ele mostrou senso de humor, sorriu, acenou pro público e foi embora.

Paul McCartney justifica sua mítica imagem e reputação de maior ícone da cultura pop vivo.
São praticamente três horas de show, 36 canções tocadas e McCartney, com seus 68 anos de idade, parece incansável, sempre sorridente e amável com seu público.
Mesmo com uma banda competentíssima e vigorosa ao seu lado, McCartney tem uma presença de palco magnética, tendo domínio completo do público, que só tem olhos para ele.

Assistir um show de Paul McCartney é mais que simplesmente presenciar um grande show de rock. É uma experiência de vida que transcende a música. Algumas das poucas palavras que consigo encontrar para descrever o que foi estar diante daquele palco são magia, amor e harmonia.

Claro. A viagem de volta foi igualmente divertida, apesar de um pouco tensa no final.

Faço questão de agradecer aqui de todo coração aos melhores amigos que se pode ter e que compartilharam todas essas emoções lá comigo.

Antonio Paulo
Bia
Bruno
Fernando
Gabi
Ian
Julia
Mírian
Nicolau
Patrícia
Samira
Victor


Também faço questão de agradecer a ele: Sir Paul McCartney!
Por ter passado por aqui e nos dar a oportunidade de presenciar este que, certamente, foi e será o mais importante evento da minha vida.

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Uma das coisas mais injustas para mim é escolher apenas uma pessoa para ser o "melhor amigo".
Eu tenho tantos amigos extraordinários, que não acho justo dizer que um é melhor.

Assim como o amor, a amizade não pode ser medida. Logo, não dá pra dizer quem é mais ou menos amigo.
O amigo é o cara que se preocupa contigo, que diz as verdades que tu precisa ouvir, que te dá conforto quando tu está mal, que te dá ânimo, que te diverte, que te faz gargalhar, que te faz chorar, que te escuta...

Falar sobre amizade é meio besta até, porque todo mundo sabe muito bem o que representa ter um bom amigo por perto, ou mesmo longe.

Mas é sempre bom lembrar da importância de se ter bons amigos.

Essa é uma das premissas do filme que venho falar hoje.

Mary & Max é uma animação lançada em 2009.
Mas não uma animação qualquer. Está longe de ser algo infantil, inocente...

A história, baseada em fatos reais, fala sobre Mary, uma criança introvertida, cheia de dúvidas e muito imaginativa.
Certo dia, Mary, que morava na Austrália, esperava por sua mãe numa agência de correios e resolve escolher um endereço aleatoriamente numa lista para escrever tentando conseguir respostas de algumas de suas dúvidas.

Ela acaba escrevendo para Max, um solitário homem de 40 anos morando em Nova York.
Max, intrigado, responde à carta de Mary e eles começam a se corresponder com frequência, iniciando uma amizade inusitada entre duas pessoas tão diferentes, e, ao mesmo tempo, tão parecidas (é um clichê, eu sei...).

Mas, apesar do clichê, a história funciona.
O roteiro é maravilhoso. Bem amarrado, consegue emocionar e fazer rir até chegar a um final soberbo.
Os desenhos são muito bons. A estética, um pouco sombria, lembra um pouco os trabalhos de Tim Burton, mas não chega a ser soturno, tem uma leveza...só vendo mesmo. É difícil explicar.

A direção é do premiado Adam Elliot, ganhador do Oscar em 2004 na categoria melhor curta-metragem.
Uma direção cuidadosa e muito eficiente, diga-se.

O filme é belíssimo.
Vai agradar tanto amantes de animação quanto amantes do bom cinema.
Se você gosta de filmes com um roteiro esperto, cenas emocionantes e finais surpreendentes, não deixe de assistir Mary & Max.

Ah, esqueci de dizer...quem dubla o personagem Max é só o Philip Seymour Hoffman.


Passarinho, que som é esse?



Mondo Cane - Mike Patton


Ao ler o nome Mike Patton, muita gente já pensa em distúrbios musicais, grunhidos e experimentações.
Não é que não seja verdade. Mas a versatilidade de Patton faz com que um nó na cabeça das pessoas apareça sempre.

Nada como um artista que tem o saudável costume de surpreender sempre seu público.

Mondo Cane é o mais recente projeto de Patton.
Um disco onde não encontram-se a psicodelia do Mr. Bungle, a violência dos Fantômas ou as melodias tortas do Faith No More.
Neste disco Mike Patton mostra sua verve mais pop, beirando o brega. Mas com um estilo único.

Admirador confesso de Ennio Morricone e dominando a língua italiana, Patton resolve gravar um punhado de canções italianas que foram sucesso nos anos 50.
E o resultado é inacreditável.

Basicamente os arranjos das canções não foram alterados drasticamente.
Essa é a primeira surpresa.
A segunda, e mais importante, é a interpretação de Mike Patton.

Com toda uma orquestra por trás, Patton mostra que ainda merece a alcunha de Homem das Mil Vozes.
Ele desfila seus famosos graves, alguns urros guturais e tudo o mais que lhe rendeu reconhecimento e respeito em todo o mundo.

O carro-chefe do disco é Deep Deep Down, de Ennio Morricone em uma versão suave e agradabilíssima.
Ainda destacam-se Urlo Negro, a mais agressiva do disco, a bela Il Cielo In Una Stanza, Ore D'Amore, com um arranjo incrível, 20km Al Giorno, com uma levada deliciosa...Mas minha favorita é Che Notte! Uma música forte com uma interpretação invejável de Patton...um arranjo jazz dançante e envolvente.

O disco todo é surpreendente.
Um disco delicioso de se ouvir em qualquer momento.

Vá procurar agora!


Este disco é para quem gosta de:
Festa à fantasia, western spaguetti, cores quentes, Ennio Morricone, queijo e vinho, apartamentos amplos, Faith No More, sarcasmo.

Aperta o play, Macaco! - Che Notte! - Mike Patton

domingo, 7 de novembro de 2010

terça-feira, 2 de novembro de 2010

A vida imita a arte, ou a arte imita a vida?

Você já imaginou sua vida sendo um filme?
Eu imagino o tempo todo. Em vários momentos gostaria de matar o roteirista, inclusive.
É bacana isso. É um exercício de imaginação. Tu vai vivendo as coisas e imaginando a trilha sonora, ou cenas alternativas...

Qualquer vida pode dar um excelente filme. Basta ver a beleza das coisas e saber mostrá-las de forma atraente.
No filme Antes do Amanhecer, Jesse, o personagem de Ethan Hawke fala sobre a idéia de fazer um programa de tv retratando a rotina de vida de uma pessoa e tal...ele diz uma frase interessante: "Porque um cachorro dormindo ao sol é uma imagem tão bonita e a de um homem sacando dinheiro no caixa eletrônico não é?"

Outro filme que retrata muito bem essa coisa do "homem comum" é O Anti-Herói Americano, baseado nos quadrinhos American Splendor de Harvey Pekar e Robert Crumb.

Mas me dispus a vir escrever hoje, ainda com o braço direito engessado, porque acabei de ver pela segunda vez Piaf - Um Hino Ao Amor.
Um filme esplendoroso, emocionante e com uma atuação absurdamente magnífica.

Edith Piaf foi dessas artistas emblemáticas, com uma vida repleta de fatos corriqueiros misturados com acontecimentos impressionantes.

Tudo no filme impressiona.
A fotografia marcante que retrata palcos luxuosos por onde a cantora passou e também uma Paris esfarrapada de cabarés de terceira.
A montagem também é ganial e envolvente, indo e vindo mostrando Piaf já crescida vivendo uma carreira ascendente e sua saúde se deteriorando com cortes mostrando sua infância e seus últimos dias.

Mas o que faz desse filme uma obra de arte é a direção cuidadosa e o roteiro tocante de Oliver Dahan e, principalmente, a atuação impecável de Marion Cotillard.
Poucas vezes se viu no cinema tamanha entrega a um personagem. As mudanças da personagem ao longo da vida são perfeitas, ainda mais porque Piaf tinha uma saúde muito frágil.

Não à toa Cotillard levou o Oscar com este filme.
Sua transformação em Piaf é impressionante.

É um filme fundamental para qualquer um que ame cinema e música (não necessariamente nessa ordem).


Passarinho, que som é esse?


Above - Mad Season


Os anos noventa foram marcados pela invesão das camisas de flanela xadrez e cabelos compridos oriundos de Seattle.
O grunge assolou o mundo pop capitaneado por Kurt Cobain, Eddie Vedder e Layne Stanley.

E é interessante notar é que esse pessoal de Seattle era realmente amigo. Não vou ficar aqui contando a história toda da cena musical de Seattle no fim dos anos oitenta, começo dos noventa, mas nota-se que várias bandas tinham integrantes em comum, um saiu de uma banda e entrou em outra e por aí vai.

Em 1994 o guitarrista Mike McReady aproveitou a entre-safra de gravações do Pearl Jam para ir para uma clínica de reabilitação tratar de seus vícios. Lá conheceu o baixista de blues John Baker Saunders. Os dois se entenderam bem e resolveram tocar juntos. Voltaram para Seattle e se juntaram ao baterista do Screaming Trees Barrett Martin e o vocalista do Alice In Chains Layne Stanley.
Após algumas jams, já tinham material suficiente para um disco.
E que disco!

Em 1995 saiu Above. O disco foi celebrado pela mídia e a banda era tida como supergrupo do grunge, por conta de seus integrantes tocarem nas principais bandas do movimento.

Mas vamos ao disco.

De fato o disco é soberbo.
Não tem muito a ver com o o Alice In Chains ou o Pearl Jam. Acaba se assemelhando mais ao Screaming Trees por não ser tão pesado e ter um pé fincado no blues.

Above traz os quatro músicos dando seu melhor. Principalmente McReady, que mostra ser um guitarrista com um feeling extraordinário e muita criatividade.

O álbum tem músicas contemplativas e experimentais como a faixa de abertura Wake Up e a bonita All Alone.
A música que ficou mais famosa desse disco é a bela River Of Deceit, uma balada envolvente.
De resto o disco emana o grunge por assim dizer.
Lifeless Dead e I Don't Know Anything são as mais pesadas, remetendo mais ao Alice In Chains.
A faixa-título, Above, e a experimental Long Gone Day tem a participação de Mark Lanegan, vocalista do Screaming Trees, no vocal. Lanegan e Stanley dividindo o vocal é surpreendente.

Em resumo, é um disco impecável. Mistura de forma saborosa blues e hard rock. Tem guitarras saturadas, melodias brilhantes e performances sensacionais.

É um disco indispensável para quem gosta de rock n' roll.


Esse disco é para quem gosta de: Jeans rasgados, Alice In Chains, cabelo comprido ensebado, Beavis & Butt-Head, Pearl Jam, drogas sintéticas, quadrinhos do Robert Crumb e café.

Aperta o play, Macaco: Tomorrow - Silverchair

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Tempos difícies.
Ao mesmo tempo são tempos maravilhosos e perturbadores.

Começo já falando de mim mesmo porque me rescuso a ir contra a avalanche de idéias.
Espero que você entenda quando eu chegar ao final do texto.

Como eu dizia, tempos difíceis e maravilhosos.
Porque minha vida está um turbilhão. Tenho feito mil coisas. Pensado em outras quatrocentas mil coisas...

Não vou entrar em detalhes para não chatear quem lê (você), mas posso dizer que tenho feito muita coisa que não tenho lá muito interesse...os trampos com meu pai...construção, cobrança, escritório e etc...Que consomem muito tempo, muito da cabeça com problemas e etc...Mas ao mesmo tempo, fazendo tudo me sinto útil.

Mas é uma merda...

Estou na faculdade de publicidade. Que não tem infra-estrutura, com professores de merda e trabalhos com prazo curto que tenho que conciliar com os trampos com meu pai...É uma correria do caralho, cansativo, angustiante...Mas, cada vez mais eu sinto que é isso que eu quero fazer.
Que não seja exatamente publicidade, mas trabalhar com comunicação...

E tem tudo o mais.
Tem toda uma vida aqui dentro de mim que não se encontra.

Sabe o que eu quero de verdade?
É ser reconhecido. Valorizado...
É egoísmo, eu sei.
Talvez aqui eu perca uma parte dos leitores deste blog que me enxergam como uma pessoa romântica e autruístra.

Mas, de verdade, me faz mais feliz ver uma pessoa feliz com alguma coisa que eu tenha feito por ela, do que algo que eu faça por mim simplesmente.

É meio difícil de entender.

Mas eu quero ser amado.
Veja bem, não falo aqui de idolatria. De mil pessoas me pedindo autógrafo e o caralho. É o reconhecimento de quem eu conheço e me importo.
É você, que lê meu blog e me escreve três linhas nos comentários e me deixam extasiado. Veja por exemplo o comentário que recebi no último post:
"O melhor post de todos os tempos - não apenas do seu blogue, mas de todos os outros que eu tenho acessado por aí! Havia muito tempo eu não me sentia assim: com essa coisa de ler algo, me identificar e não conseguir fazer mais nada que não seja parar e pensar na vida... e pensar exatamente no que foi dito por você... coisas que só o tempo e uma boa dose de otimismo são capazes de nos mostrar. São essas sensações e certezas (ainda que sejam raras e delicadas) que nos tornam melhores do que pensamos ser."
Quando eu leio um comentário desse tipo, eu fico muito louco...sem saber o que pensar direito. Porque eu paro pra perceber que é algo que eu escrevi aqui sem pretensão nenhuma...e que de repente, faz sentido para alguém.
Ainda mais quando esse alguém é alguém tão especial....especial mesmo.

Ou quando o cometário diz assim:
"Te amo! Não falo isso com frequencia... Mas as lágrimas que correram por aqui me disseram que era a frase certa... Lágrimas por causa do tapa que sinto quando leio coisas assim ... que me botam pra frente... Que me mostram coisas mais importantes que nós mesmos. Te Amo"

Pensar que eu arranquei lágrimas de alguém por causa de meia dúzia de palavras que eu escrevi...meu deus...(deus esse que eu não acredito)...eu só posso dizer EU TE AMO AINDA MAIS, GABRIELA! Não só por causa dessas palavras escritas aqui, mas por tudo que nós já conversamos na vida real.

Vida real...

SERÁ QUE É TÃO DIFÍCIL ASSIM???

Em contra-partida ao post anterior, venho hoje, pessimista, falar sobre loucura, vida real, sociedade e tudo mais.

E em se tratando de loucura (ou pretensa loucura), venho hoje lhes falar do filme Secretária.

Um filme único.
Por sua estética B com um pé em Hollywood, por seu roteiro perturbador e apaixonante, pela linha tênue que divide o filme entre o agressivo e o delicado...

Todos os créditos aqui acabam ficando com Maggie Gyllenhaal, uma atriz soberba que esbanja charme e talento.
Ela faz o papel de Lee Holloway, uma jovem que acaba de ter alta de um sanatório e tenta se re-estabelecer na sociedade e acaba se empregando como secretária de um advogado excêntrico.

E tudo se resume em como você enxerga a sua vida, a sociedade e tudo em sua volta...
O quanto o mundo te machuca!
E machuca muito, cara!
Muito!

Este filme, Secretária, de 2002, originalmente Secretary, dirigido por
Steven Shainberg é maravilhoso e está, sem dúvida, no meu top ten de filmes mais fodas...
Mas este filme é só pra ilustrar um pouco esse momento da minha vida.

Momento em que eu voltei a ler Jack Kerouack.
On The Road é o livro da minha vida com certeza! Deve ser a milésima vez que leio este livro e ele ainda é encantador, enigmático e desperta sentimentos malucos em qualquer um.

Eu ando pela cidade (seja que cidade for)...ando pelo centro da cidade e vejo todas essas pessoas andando...umas apressadas, outras meio perdidas...
E sonho em ser todas elas.
Vejo dezenas de garotas, mulheres, lindas e fico imaginando no que elas estão pensando naquele momento...porque estão tão apressadas, tão pensativas, tão cabisbaixas...
Queria tanto entrar nesse mundo e dividir tudo com essas mulheres!

Vejo toda a loucura da cidade.
E o que me fascina é o movimento. São as pessoas que passam achando que estão ali despercebidas na multidão...mas eu estou ali observando enquanto tomo um café na esquina.

E é triste porque tu se dá conta que muitas vezes queria ser qualquer uma dessas pessoas desconhecidas...
Às vezes eu olho e queria ser aquele cara apressado, ou o maluco, ou o guarda de trânsito...queria ser qualquer um....
Só não queria ser eu mesmo.

Me pergunto de novo e de novo porque todas as garotas que eu conheço não se interessam por mim de verdade...é sempre vazio.
Não vazio.
Mas todo mundo acaba querendo ser amiguinho...mas ninguém quer se envolver...
Sempre acaba escolhendo o cara logo ao lado de mim.
Como se disesse "Olha, você é legal, mas eu estou com esse outro cara..."

Merda, cara!

Enfim, isso está se estendendo muito e não vai chegar a lugar nenhum.

Torçam para que o bom humor e o otimismo voltem no próximo post.


Passarinho, que som é esse?


A EXTRAVAGANTE SAGA DE TCHAMBIE EM BUSCA DE UMA MALDITA CANECA DE CAFÉ DECENTE - Senador Medinha

Logo que a banda Vídeo Hits foi pro vinagre, seu vocalista, Diego Medina, embarcou num projeto solo. Segundo ele, um desejo antigo, gravar uma ópera-rock. Mas nada muito conceitual como Hair, ou Tommy. Uma ópera-rock muito leve, quase uma fábula infantil.

Para colocar isso em prática, Diego Medina usou o pseudônimo Senador Medinha, convocou Quico, um amigo e integrante d'Os Massa e ficou de março a junho de 2002 gravando e mixando a obra.

O resultado disso tudo foram 20 faixas que contam a história do pequeno Tchambie, que, ao perder acidentalmente uma caneca que ele herdou de seu avô, percorre os mais inusitados lugares ao lado de seu inseparável amigo Wambous tentando achar outra caneca.

O humor de Diego Medina é incrivelmente autêntico, recheado de referências a desenhos animados, ele vai narrando a história com muito bom humor e originalidade enquanto vão tocando as músicas que vão da insanidade dos Fantômas à doçura do Teenage Fanclub.

Para baixar essa beleza procure no site http://www.diegomedina.com/


Esse disco é para quem gosta de:
Desenhos animados com humor negro, cores vibrantes, Super Furry Animals, sorvete de creme, Monty Phyton, roupas confortáveis, doces e balas, café forte e luagres espaçosos.


Aperta o play, Macaco - 21st Century Breakdown - Green Day

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Valeu!!

É raro, mas atualmente ando bem otimista.
Não sei bem explicar o porquê, só sei que tenho olhado para muitos aspectos da minha vida e percebido que valeu a pena até agora.

Olhar para trás para ver quanto vale a vida, quanto vale a pena...quanto vale e quanto dói.

Recentemente peguei algumas fotos antigas para scanear e colocar no meu perfil do orkut.
Foi bem legal.
A cada foto lembrei de histórias, acontecimentos...até mesmo escolhas que tive que fazer...

Quando eu falo de valer a pena, é disso que eu estou falando. Tu perceber que o quanto se dedicou e amou alguém, ou a dedicação, ou descaso, às coisas que fez e não fez...tudo isso aparece com o tempo.
Perceber esses reflexos...

Semana passada estive em São Paulo e, como sempre faço, dei minhas caminhadas pelo centro velho da cidade, na , na Liberdade...andando, pensava nisso tudo. Pensei muito nos meus relacionamentos amorosos. O quanto aprendi, o quanto me machuquei...o quanto fui feliz.
Deixei de lado o rancor para sentir de novo, nem que seja um pouquinho só, o sabor que senti quando estive com a Hortência, por exemplo. Como foi bom. Como aprendi com ela. E o como aprendi ainda mais quando ela me deixou.
Pensei em outras garotas por quem já me apaixonei, por quem ainda sou
apaixonado...

Aí, quando o desamparo e a solidão começam a despontar, aparecem alguns recados de amigos e amigas de sempre, simplesmente dizendo que estão com saudades e coisas assim.

Para completar, ainda fico sabendo que este meu blog, tão pequeno e indefeso, figura numa seleta lista feita pela Mari Diamond, do excelente blog O Papel Acobreado (link ao lado), onde ela seleciona os blogs que ela mais gosta!
Uma honra receber este tipo homenagem, já que este blog é tão pessoal...praticamente eu dando opiniões sobre coisas que ninguém me perguntou.

Para linkar isso tudo, ontem fui ao cinema assistir Toy Story 3 e sai de lá maravilhado!
Conseguiu superar TODAS as minhas expectativas e ainda ter uma conexão com muito do que eu ando sentindo atualmente.
Ah, a boa velha experiência do cinema.

Toy Story 3 traz para a tela uma história maravilhosa que começou no primeiro filme da trilogia. Uma história que consegue tocar crianças e adultos.
Este terceiro filme é, disparado, o melhor.
O roteiro é perfeito, recheado de cenas engraçadas, eletrizantes e cheias de ação e, como não pode deixar de ser, cenas super emocionantes.

É um filme que fala de forma direta, mas sem soar piegas, de temas como amizade, dedicação, lealdade, amor, abandono...

Sendo este Toy Story 3 o desfecho da trilogia (e espero que realmente seja), a saga de Woody e Buzz Lightyear é encerrada de forma pefeita e emocionante. Mostrando que, mesmo entre erros e acertos, a vida sempre continua em frente.
E que vale a pena passar por tudo isso.

No fim das contas, eu queria mesmo era vir até aqui escrever um grande...

MUITO OBRIGADO!

Muito obrigado a todos que de forma direta ou indireta, interagem comigo, me encorajam, me criticam, me elogiam, me aconselham...
Velhos amigos, novos amigos (que parecem velhos, tamanha a empatia), pessoas que nem me conhecem pessoalmente, pessoas que me conhecem demais...
Pessoas que passam por este blog para ler por qualquer que seja o motivo, se distrair um pouco do trabalho, buscar conforto, dar risada...

Mesmo...muito obrigado!


Passarinho, que som é esse?
Passarinho, que som é esse?

Shadows - Teenage Fanclub


Após longos cinco anos de espera, saiu em maio deste ano mais um disco de inéditas da banda escocesa Teenage Fanclub!

E daí?
E daí que estou falando de uma das bandas mais respeitadas, mais talentosas e mais apaixonantes dos últimos trinta anos.
O Teenage Fanclub , desde seu primeiro disco, A Catholic Education, apresenta composições encharcadas no folk-rock dos Byrds e Big Star, nas doces melodias dos Beach Boys e nas letras inteligentes e simples de gente como Neil Young e Paul McCartney.

Com essa bagagem toda, o Teenage lançou em 1991 Bandwagonesque, um dos dez discos mais importantes da década de noventa.
Em resumo, desde 1989, o Teenage Fanclub tem feito música de qualidade muito acima da média.

Com este disco, Shadows, não é diferente. Trata-se de um disco saborosíssimo, com ótimas melodias, um instrumental cuidadoso...tudo que se espera de um disco do Teenage Fanclub está lá.
Há quem diga que desde a recepção morna de Man Made, o último disco da banda, lançado em 2005, o Teenage estaria perdendo as forças criativas, que os integrantes, todos quarentões, casados e etc, estariam de saco cheio de compor e tocar boas canções...

Tudo besteira!

Claro que Shadows não é um disco memorável, um clássico, como Bandwagonesque, ou que tem o sabor novidadeiro de A Catholic Education ou Thirteen.
É um disco despretensioso. Fica claro que a intenção aqui não é virar hype, angariar novos fãs, agradar críticos, nem nada disso.
É um disco saboroso porque é verdadeiro.
Ouça as canções e perceba que não há nada além de quatro caras, possivelmente grandes amigos, que se divertem compondo e tocando.

Esse frescor todo fica evidente em músicas como Baby Lee, Shock and Awe e The Back Of My Mind. Músicas com melodias agradabilíssimas!
Também há um quê levemente retrô na sonoridade do disco que dá mais corpo às canções, principalmente às baladas. O piano melancólico de Dark Clouds chega a lembrar Belle and Sebastian, mas vai além com as belas Sweet Days Waiting e The Fall.

Enfim, um disco que mistura tudo que é necessário para ser feliz ouvindo música.
Belas melodias, harmonia, talento...e tudo isso feito com muito amor no coração!

Pode ir baixar sem medo!

Este disco é para quem gosta de:
Blusa de flanela, casa com jardim, café com açúcar, The Byrds, falar pouco ao telefone, clima frio, cervejas brown ale, Neil Young, sorrir para a mulher amada.

Aperta o play, Macaco! - Maybe I’m Amazed - Paul McCartney





quarta-feira, 9 de junho de 2010

Tudo e um pouco mais.

Estou tão animado com este post que nem sei direito por onde começar.

Vou seguir o que está se tornando um padrão neste blog: Falar algumas paradas da minha modesta existência em paralelo com um filme.
Mas desta vez é diferente porque não foi o caso de eu assistir o filme e pirar e pensar na minha vida.
Acontece que eu pensei em vários aspectos da minha vida e associei a um filme.

Isso tudo depois de uma conversa dessas que a gente tem poucas vezes na vida. Dessas que tu não acredita que pode falar tanta coisa, ser tão pessoal...e ser correspondido, compreendido. E tu se empolga e fala, fala, e vai embora com coisas ainda por dizer. Coisas entaladas na garganta.

Das coisas ditas tu se dá conta de como falou coisas que beiram o patético por serem tão simples. E se sente feliz por dizê-las.
É como dizer frases do tipo "Idiota é quem faz idiotices." Tu querendo dizer, Hey, não diga que tu é assim ou assado, porque tu não age como tal. Tu simplesmente tem medo, tem uma tolerância e etc.

Por aí, já deu pra sacar que eu vou falar de Forrest Gump.
Robert Zemeckis de novo? Pode perguntar o intrépido leitor.
Pois é. Que culpa tenho eu desse puto fazer tantos filmes tocantes ao ponto de tu se identificar e ficar com eles na memória?

Forrest Gump é um cara que viveu. Independente do mundo, das pessoas...
Um egoísta?
Não. Um cara que viveu como achou que deveria viver. Se incluindo (ou não) como achava adequado na sociedade.
E falava com as pessoas, colocando seus pontos de vista, como a vida era, como a vida dele era...

E, meu deus, que filme memorável, irretocável...
Porque a vida é assim. Acostume-se.
Mas viva da melhor forma possível para você!

Tom Hanks está um absurdo atuando neste filme.
Se não ganhasse o Oscar, todos na Academia mereceriam a morte imediata.
Com certeza Forrest é um dos personagens mais marcantes da história do cinema.

Porque isso tudo faz sentido pra mim?

Porque eu saí por aí dizendo uma porção de coisas.
Coisas do tipo "Idiota é quem faz idiotices.".
E isso valeu para mim. Talvez mais para mim do que para quem tenha me ouvido dizer.
Sabe aquele sentimento de ouvir uma música que tu escreveu há um tempo atrás e perceber que aquela canção era você dizendo para si mesmo alguma coisa relevante?
(Tem pelo menos um dos poucos leitores deste blog que eu sei que vai dizer que "sim".

Porque a gente começa reclamando de tudo e achando tudo uma merda.
A sociedade é injusta, a humanidade é podre...
E de repente estamos todos querendo simplesmente ser amados, mas morrendo de medo disso. É tão contraditório que chega a ser poético.
O difícil não é encontrar o amor, o difícil é aceitá-lo com seus prós e contras.
Correr o risco de viver por alguma coisa.
Acreditar.

Eu me sinto Forrest Gump porque estou nessa onda.
Ainda mais agora.
Porque estou fazendo uma coisa, outra...vários projetos, sem saber o que vai acontecer. Mas sabendo que o lance é seguir em frente.
Porque SIM.
E, mesmo sem saber direito o que é isso, querendo um amor.
Um amor.

Cara, isso me soa poesia pura.
Geralmente eu levo um tempão para escrever um post. E agora me faltam palavras.

Idiota é quem faz idiotices!

Pense nisso enquanto eu vou no banheiro!














Passarinho, que som é esse?


Carteira Nacional de Apaixonado - Frank Jorge


Comece sabendo que Frank Jorge é mestre!
Um dos pilares fundamentais do rock gaúcho!
Fez parte dos Cascavelelletes, Graforréia Xilarmônica, Cowboys Espirituais...e ainda assim lançou alguns discos solos perfeitos.
Este Carteira Nacional de Apaixonado foi o primeiro deles.

Neste primeiro disco, lançado em 2000 pela Barulhinho Discos, Frank jogou no liquidificador todas as suas influências e concluiu que boa parte dela vinha da Jovem Guarda, e bebeu nessa fonte, mas sem perder o espírito psicodélico, folk e tudo mais que envolve sua obra em diversas bandas em que participou.

O começo já dá a dica. Vou Largar A Jovem Guarda. A simplicidade emociona. "Vou ouvir mais conselhos para enriquecer/Vou seguir novas regras, melhor conviver".
E por aí segue o disco.
Como se fosse um tipo de confessionário...de coisas feitas, de esperanças, de medos, de opiniões sobre as pessoas...

Aprendi nessa vida de várias maneiras que menos é mais. Que o complicado é ser simples.
E Frank Jorge emana simplicidade de forma impressionante.

Na canção Sensores Unilaterias está a belíssima frase "Tudo que eu sonhar espero concretizar com o tempo/O que já foi passou/Com você só penso na estrada/E nada mais".
OLHA ISSO!!!
Vou repetir: "Tudo que eu sonhar espero concretizar com o tempo/O que já foi passou/Com você só penso na estrada/E nada mais".

Eu podia acabar essa resenha aqui.

Mas vou além porque o disco ainda tem canções como Prendedor, Homem de Neanderthal (re-gravada pelo Ira!), Não Recebo em Dólar e a sensacional Cabelos Cor de Jambo onde encontramos a pérola: "Um pouco de talento não faz mal a ninguém/Yeah yeah yeah/Pra se confirmar na vida tem que ter muito amor/E mesmo assim eu vejo, estou longe de você".

Chega!
Cara, pára tudo e vá ouvir esse disco AGORA!


Este disco é para quem gosta de:
Ver significados em canções diversas, ficar em dúvida, se apaixonar, rock de qualidade, Coca-Cola com baunilha, falar por horas, pessoas.

Aperta o play, Macaco: Falling Slowly - Glen Hansard

quarta-feira, 19 de maio de 2010

De fé.

Você se considera uma pessoa de fé?
Fé em quê?
Por quê será que quando falamos sobre fé, sempre levamos a questão para o lado religioso?
Há muito mais além do que se vê.

Por uma questão ética, fui até a locadora alugar Avatar para assistir e, assim, poder dar opiniões com fundamento.
Sabendo de antemão que possivelmente não iria gostar do filme, baseado em inúmeras resenhas internet afora e opiniões de amigos, resolvi alugar outro filme para assistir em seguida.

Minha escolha foi Contato, de Robert Zemeckis.

Bom, pra começar: Avatar.
James Cameron nunca foi dos meus diretores favoritos. Não sou grande fã da franquia Exterminador do Futuro apesar de gostar muito do II). Titanic não me impressionou nem um pouco (pra não dizer que achei chato) e por aí vai.

Admito que visualmente o filme é formidável. Em 3D na sala de cinema deve ser ainda mais impactante.
Mas eu sempre deixei claro que o que me faz vibrar e amar o cinema são as histórias. Se a história é boa, não me importo se há falhas de efeitos especiais ou algo do gênero. Isso fica em segundo plano.

O que Cameron fez foi deixar o roteiro em segundo plano.
E isso eu não admito.
Nos primeiros vinte minutos do filme, já estava adivinhando o final.
Como acabei realmente adivinhando o final, terminei o filme decepcionado.

Ora bolas, de que adianta tanto efeito especial, tanto impacto visual para contar uma história óbvia e contada inúmeras vezes no cinema e na literatura?
Me deu até medo de assistir Alice No País das Maravilhas...
Será que essa mania de 3D e mega efeitos vai acabar matando as boas histórias no cinema?

Bem. Depois dessa experiência, coloquei Contato no DVD.
E aí sim a experiência foi outra.
Como diria Maurício Saldanha (do excelente podcast Rapaduracast), aí sim, bem-vindos ao mundo espetacular do cinema.

O diretor de De Volta Para O Futuro e Forrest Gump traz uma história encantadora do mestre Carl Sagan! Jodie Foster está impressionante no papel de Ellie, uma cientista cética que busca vida no espaço sideral.

O que mais me encantou no filme ao revê-lo foi que, ao primeiro momento o espectator pensa tratar-se de um filme sobre extraterrestres "I want to believe" e coisas do gênero.
Quando na realidade o grande mote do filme é a fé. Não só a fé num deus, mas a fé no que cada um acredita ser certo.

O filme me fez pensar muito.
Sobre o que eu acredito, o que eu faço para manter viva minha fé em mim mesmo, na música que eu faço...enfim, a fé na minha vida.

Espero realmente que todo mundo um dia possa passar por essa experiência de questionamento e de crença. Uma afirmação de sua própria fé. Que seja em deus. Que seja na música. Que seja no que for que faça sentido na vida de cada um.

Assistir Contato me aliviou muito de algumas coisas que andavam rondando minha cabeça. Profissionalmente falando e pessoalmente falando também.
Percebo que estou no caminho certo. Que talvez me saia melhor do que imagino na publicidade (não só na faculdad em si).

Muita coisa falta para eu me tornar uma pessoa melhor. Isso é fato.
Ainda sou inseguro e imaturo.
Mas vislumbro um caminho a seguir.
Percebi que tenho mais fé do que imaginei.

Portanto, leitor ou leitora.
Pare agora de ler e vá assistir este belo filme de Robert Zemeckis.
Depois volte aqui para acabar de ler o post e comentar, ok.










































Tudo bem.
Se tu preferir, acabe de ler e comente. E assista o filme outra hora.


Passarinho, que som é esse?


Wonkavision - Wonkavision

A banda Wonkavision é, para mim, um dos maiores expoentes da música gaúcha contemporânea. Com uma proposta musical clara e uma proposta artística original e instigante.

É uma banda de rock.
Um delicioso power pop que mistura Weezer, Pavement e o que há de melhor no indie rock e power pop.
Após duas demos de grande êxito no sul do país, a banda ganhou um festival e conseguiu como prêmio a gravação de seu primeiro disco.

Com a produção cuidadosa de John Ulhoa (sim, aquele do Pato Fu), saiu em 2004 o disco homônimo (que ganhou re-edição em 2006). Lançado inicialmente pela Orbeat, selo gaúcho da RBS, o disco não emplacou nacionalmente nem trouxe grande êxito comercial, mas catapultou a banda para o cenário independente nacional. Em 2005 a banda rescindiu seu contrato com a Orbeat e re-lançou o disco de forma independente em 2006.

Mas falemos de música.

A formação permitiu uma excelente opção de variações para a banda fugir de certos clichês do gênero a que está ligada.
Com Will na guitarra e voz, Manu nos teclados e voz, Kiko na bateria e Grazi no baixo e voz, a banda traça harmonias doces e fortes nos vocais sobre uma parede saturada de guitarras e uma cozinha coesa segurando a onda enquanto intervenções de moog dão um clima retrô-psicodélico às músicas.

A temática da banda é interessante. Em um dos releases, eles afirmam que a idéia é de contrastar canções saborosas, melodias assobiáveis com letras pessimistas e auto-críticas.

A canção que abre o disco retrata bem isso O Plano Mudou tem uma letra soturna: "Vou tomar veneno puro, me enforcar num quarto escuro..." Barra pesada. Mas a melodia é deliciosa. Quando tu acha que tudo está muito confuso vem a doce voz de Grazi dizendo: "Eu vou sim, seguir o que meu coração sentir"!

Tem ainda Comprimidos, uma de minhas favoritas. A música é um agradável power pop chicletudo e a letra fala sobre anti-depressivos.
Coisa de gênio!

Mas também tem as belas canções de amor, não menos recheadas de guitarras ganchudas, mas com as doces harmonias vocais de Grazi e Manu como em Nanana, Aquele Alguém e Tente Por Mim.

Também há temas mais inusitados como a instigante Brinquedos, com refrão em francês e uma referência clara a um menage a trois.

É um disco sensacional.
Não dá pra cansar de ouvir. Cabe em qualquer momento. Desde uma festa badalada até uma tarde relaxante em casa.

Recomendadíssimo!


Este disco é para quem gosta de:
Fazer bola de chiclete, Roupa colorida, Weezer, All Star vermelho, dirigir ouvindo música, faculdade de comunicação, guitarras Les Paul, namorar.



Aperta o play, Macaco! - Quando 16 - Wonkavision

quinta-feira, 13 de maio de 2010

terça-feira, 27 de abril de 2010

Recapitulando

Rapidamente quero só atualizar alguns assuntos tratados recentemente aqui neste blog.

Em primeiro lugar agradeço a todos que se manifestaram a respeito da morte da pequena Lucy.
Muito legal da parte de vocês.
Muito obrigado.

Segue aqui uma foto da nova Lucy.


Também falei alguns posts atras sobre a banda gaúcha Beselhos, dos meus bons amigos Diego, Daniel e Diego, bateria, baixo e voz e guitarra e voz respectivamente.

O Diego Altieri, baterista, me escreveu falando sobre o post onde comentei a saborosa demo tape Turnê Na Terra. Ele me enviou inclusive a capa da mesma para a apreciação de vocês.
A capa é de autoria de Rogério Salaberry, outro companheirão de Porto Alegre.

A banda está parada desde 2007 quando o guitarrista Diego Grando foi para a França fazer doutorado e o Daniel, baixista, se casou e reside em Caxias do Sul, restanto assim somente o Diego Altieri em Porto Alegre.

No final de 2006 a banda lançou de forma independente seu primeiro e único disco, Ovreca.
Um grande disco de rock n' roll que merecia mais atenção do que teve, mesmo tendo sido citado em sites como o Senhor F.
Interessados podem ouvir o disco no myspace da banda.
http://www.myspace.com/beselhos

De mais a mais, fico por aqui, na angustiante expectativa do próximo episódio de Lost que só sai semana que vem.



Passarinho, que som é esse?



Chutes Too Narrow - The Shins


Eis aqui mais uma banda que nunca recebeu muita atenção.
Injustamente, claro.

The Shins é uma banda que saiu do sul dos Estados Unidos no fim dos anos noventa fazendo um som pop de lirismo ímpar e melodias assobiaveis.
Lançaram seu primeiro disco em 2001 entitulado Oh, Inverted World.

Curiosidade: A banda faz parte do cast do legendário selo Sub Pop, responsável pelos discos fundamentais do grunge vindo de Seattle.
Mas isso não quer dizer nada sobre o som da banda, que nada tem de guitarras sujonas e letras resmungonas.

Chutes Too Narrow foi lançado em 2003 e é o segundo disco dos Shins.
Trata-se de um disco simples, direto, curto e muito, mas muito, agradável de se ouvir.

James Russell Mercer, o principal compositor da banda, que também é o guitarrista e vocalista, tem um talento especial para melodias intrincadas, porém extremamente assobiáveis.
Bebendo da fonte de Teenage Fanclub, Lovin' Spoonful e Belle and Sebastian, Os Shins trazem neste disco dez canções memoráveis.

Destaco aqui a belíssima balada Pink Bullets, com uma melodia triste, mas muito intensa, levada somente ao violão.
Temos um rock n' roll com uma pegada alt-country com o nome Turn A Square, e outras delícias como Kissing The Lipless, Gone For Good e Those To Come.
Mas minha favorita se chama Young Pilgrams.
Sinceramente não sei como descrever esta canção. Tem uma melodia meio torta, mas muito agradável, com mudanças rápidas de acorde, mas uma levada suave.
Uma composição sensacional.

É um disco que vale a pena ser ouvido.

Vai lá procurar pra baixar.


Este disco é para quem gosta de:
Power pop, camiseta sem estampa, dias nublados, folk-pop-rock, óculos á la Buddy Holy, The Animals, namorar.


Aperta o play, Macaco! - Light Years - Pearl Jam

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Não sei por onde começar hoje.

Ok, imagine a cena:
Sábado, começo da noite. O cara sai para tomar uma cerveja com os amigos.
Esse cara tem uma cachorrinha em casa que ele gosta muito.

Bem, o cara chega no bar. Toma um copo, dois...passam-se uns quarenta minutos.
Toca o celular. A voz materna diz que a cachorrinha escapuliu pra r
ua e foi atropelada.
O cara larga tudo e vai pra casa.
Na avenida, em frente a sua casa, tem uma poça enorme de sangue.
Na sarjeta está a mãe e a irmã do cara.
E uma cachorrinha sem vida.


Não dá pra deixar o corpo da cachorrinha ali. O que fazer?
Vamos enterrá-la, a mãe diz.
O cara concorda.
Ao embrulhar o corpo sem vida nums saco plástico para colocar no porta-malas do carro, constata-se dolorasamente a causa da morte. O pescoço foi quebrado.
Tomara que ela não tenha sentido dor.

Levam a cachorrinha até o antigo sítio.
O cara pega uma enxada e ele mesmo enterra ali o corpo da cachorrinha.


Aquele sábado acabou por volta de oito e meia da noite.

Imaginou?
Bem, esse foi o meu sábado.

A Lucy era uma cachorrinha sensacional. Nunca vi mais esperta. Parecia que realmente entendia quando falávamos com ela.
Aqui do lado do computador tem o sofá onde ela sempre deitava e ficava aqui comigo enquanto eu ouvia podcasts, escrevia e etc...

No dia seguinte, domingo, entendi o que a morte dela significou pro pessoal em casa.

Minha mãe me acordou no domingo já dizendo que viu no jornal uma ONG que recolhe, cuida e doa cães e gatos abandonados e perdidos chamada Anima!. Depois do almoço ela já me convenceu a ir até a casa de uma das voluntárias. No fim da tarde já estávamos com outra cachorra em casa.

Eu, particularmente, queria dar um tempo antes de ter outro cão.
Mas percebi que a Lucy fazia muita companhia para a minha mãe. Por isso acabei concordando.
Inclusive, minha mãe resolveu chamar a nova cachorrinha de Lucy também.
Não era bem o que eu esperava, mas também acabei concordando com isso.

E a nova Lucy é muito bacana. Já tem um ano, um ano e meio e é muito bonita. Provavelmente é mestiça (pra não dizer vira-lata), mas, não só eu como a veterinária, desconfiamos que ela é uma Schnauzer. Só não dá pra saber com certeza porque ela está com o pelo curto, foi tosada recentemente. Mas ela tem sombrancelhas e bigodes grandes, é cinza...se não for 100% Schnauzer, com certeza a mãe ou o pai é.


Enfim, segue a vida.

Mas é triste.
A boa e velha Lucy morreu cedo, tinha só cinco anos. E deixa muita saudade. Vai ser difícil se acostumar a certas coisas que só ela fazia. Até mesmo travessuras como subir na mesa e pegar pedaços de queijo, ou ficar perturbando todo mundo que aparecia aqui em casa.

De qualquer forma, acreditro que ela e a nova Lucy se dariam muito bem.
No fim da contas batizar essa nova cachorrinha de Lucy me soa como uma bela homenagem por parte da minha mãe para uma cadelinha que foi super companheira, carinhosa e que deixou um buraco no coração de todo mundo aqui em casa.


Passarinho, que som é esse?



Os The Darma Lóvers - Os The Darma Lóvers


Este disco é uma das pérolas escondidas do rock gaúcho, que no início da década 00 foi extremamente fértil.

Os The Darma Lóvers começaram como uma dupla, Nenung e Yang Zan, praticantes da meditação e do budismo que decidiram transformar em canções tudo que vivenciavam neste meio.

Independente de você se interessar e/ou acreditar em Buda, vale a pena ouvir este que foi o disco de estréia da banda.

O disco Os The Darma Lóvers é de 2000 e foi produzido por ninguém menos que Frank Jorge, uma das personalidades fundamentias do rock gaúcho e da música independente do país. E isso já diz muito sobre o disco.

As músicas são basicamente voz e violão. Há algumas incursões de baixo e guitarra, mas o que predomina é um lance dylanesco.
Sim, a base das canções é o folk, com pitadas de psicodelia e pop.

O carro-chefe do disco foi a canção Seres Extranhos, que chegou a ser hit no sul do país, com um violão vigoroso e uma saborosa gaita.
Realmente essa canção define bem o estilo da banda.
Mas vai muito além.
Nenung é um compositor de mão cheia e mostra neste disco melodias simples, porém maravilhosas.
Minha favorita é Três Coroas, uma balada falando de vários lugars no mundo e que acaba sempre em Três Coroas, cidade gaúcha onde encontra-se um dos principais mosteiros budistas do país.

Mas, claro, o disco todo é recheado de canções saborosas. E também vale dizer que apesar de ser basicamente um disco com letras falando de temas e mensagens budistas e sobre meditação, não soa nem um pouco cansativo. São letras bonitas, às vezes até bem humoradas.

É um disco na medida. Dá pra parar pra refletir e também dá pra ouvir só pra passar o tempo curtindo um som agradável.

Super recomendado!

Pra variar, é um disco que não deve ser bolinho de achar.
Interessados podem entrar em contato comigo ou então visitar o blog da banda, onde dá pra ouvir músicas, ver fotos, conferir textos, entrar em contato com a banda e tudo mais, além, é claro, de comprar os discos. Vai lá!
http://www.darmalovers.com/



Este disco é para quem gosta de:
Pensar na vida, Bob Dylan, incenso, batas indianas, arroz integral, fogueira e violão, andar pelado em casa, mascar gengibre.



Aperta o play, Macaco! - Signal Dire - Snow Patrol

sexta-feira, 16 de abril de 2010

LOVE IS THE ANSWER

Não posso evitar de continuar a comparação feita anteriormente aqui sobre o seriado Lost e a vida. Mas pode contnuar lendo. Não tem spoiler aqui.
Chegando na reta final do seriado, fica claro que uma da grandes respostas das trama toda é o amor.

Mais uma vez uma coisa que vem de encontro a o que eu sinto e como vivo.
Não que eu tenha uma vida cheia de amores. Pelo contrário. Já amarguei e tenho amargado muita coisa.
Mas o lance é como encaro o fato.
Por mais que eu tente e queira desistir de achar uma garota bacana. Por mais que eu leve na cara a cada garota que eu conheço e penso em ter algum relacionamento. Por mais que eu me apaixone em vão.
Não consigo desistir de pensar nisso.
E sempre acabo abrindo o peito pro próximo tiro que certamente vou levar.

Assim como em Lost, o amor é a constante da minha vida.

Não que atualmente eu me sinta bem com isso.
Se eu estou tocando nesse assunto é porque me dói e eu preciso falar.
Mas não quero ser amargo. Eu deveria me acostumar a não me envolver em sentimentos que, nitidamente, são só meus, onde não há reciprocidade.
E quando isso bate na cara é sempre bem ruim.
Venho ruminando isso por alguns dias...enfim.

Love is the answer.
Só não sei para quem além do pessoal da ilha.


Passarinho, que som é esse?


(500) Days Of Summer- Soundtrack

Sem dúvida esta é das melhores trilhas sonoras dos últimos tempos.
Ok, o disco não tem aquela sequência frenética da trilha de Assassinos Por Natureza, ou trechos de cenas junto com as músicas que te remetem ao filme na hora como em Pulp Fiction.
Na real, é um monte de músicas juntas num CD.
Mas que músicas!!

É um disco para quem se liga em um som mais indie, é verdade.
Ainda assim, tem canções sensacionais. A começar porque conta com duas canções dos Smiths! Na verdade três. Tem a excelente Please, Please, Please, Let Me Get What I Want, numa versão muito bacana da banda She & Him.
Mas isso é só o começo.

Ainda rolam músicas da Regina Spektor, que é uma cantora que eu adoro! Ainda rola Carla Bruni, responsável pela música mais bonita o disco inteiro, Quelqu'un M'a Dit.
Tem também bandas mais novas como The Black Lips, Doves, Feist e, pasmem, Wolfmother, fugindo do rockão garageiro usual e mandando bonito no folk!

É o tipo de caso que o disco acaba valendo mais que o filme.
Ainda que eu recomende demais o filme também.
É uma visão bem pessoal de amor.
Com a qual me ideitifiquei muito, diga-se.

Então, assista o filme, nem que seja pela trilha sonora.
E adquira (ou baixe) o disco. Porque é sensacional!


Este disco é para quem gosta de:
Sorvete de creme, bandas independentes, pagar de moderninho, Juno, retrô, O Fabuloso Destino de Amélie Poulain, arzinho blasè, bandas britâncias.



Aperta o paly, Macaco - A Índia e o Traficante - Eduardo Dusek