segunda-feira, 19 de abril de 2010

Não sei por onde começar hoje.

Ok, imagine a cena:
Sábado, começo da noite. O cara sai para tomar uma cerveja com os amigos.
Esse cara tem uma cachorrinha em casa que ele gosta muito.

Bem, o cara chega no bar. Toma um copo, dois...passam-se uns quarenta minutos.
Toca o celular. A voz materna diz que a cachorrinha escapuliu pra r
ua e foi atropelada.
O cara larga tudo e vai pra casa.
Na avenida, em frente a sua casa, tem uma poça enorme de sangue.
Na sarjeta está a mãe e a irmã do cara.
E uma cachorrinha sem vida.


Não dá pra deixar o corpo da cachorrinha ali. O que fazer?
Vamos enterrá-la, a mãe diz.
O cara concorda.
Ao embrulhar o corpo sem vida nums saco plástico para colocar no porta-malas do carro, constata-se dolorasamente a causa da morte. O pescoço foi quebrado.
Tomara que ela não tenha sentido dor.

Levam a cachorrinha até o antigo sítio.
O cara pega uma enxada e ele mesmo enterra ali o corpo da cachorrinha.


Aquele sábado acabou por volta de oito e meia da noite.

Imaginou?
Bem, esse foi o meu sábado.

A Lucy era uma cachorrinha sensacional. Nunca vi mais esperta. Parecia que realmente entendia quando falávamos com ela.
Aqui do lado do computador tem o sofá onde ela sempre deitava e ficava aqui comigo enquanto eu ouvia podcasts, escrevia e etc...

No dia seguinte, domingo, entendi o que a morte dela significou pro pessoal em casa.

Minha mãe me acordou no domingo já dizendo que viu no jornal uma ONG que recolhe, cuida e doa cães e gatos abandonados e perdidos chamada Anima!. Depois do almoço ela já me convenceu a ir até a casa de uma das voluntárias. No fim da tarde já estávamos com outra cachorra em casa.

Eu, particularmente, queria dar um tempo antes de ter outro cão.
Mas percebi que a Lucy fazia muita companhia para a minha mãe. Por isso acabei concordando.
Inclusive, minha mãe resolveu chamar a nova cachorrinha de Lucy também.
Não era bem o que eu esperava, mas também acabei concordando com isso.

E a nova Lucy é muito bacana. Já tem um ano, um ano e meio e é muito bonita. Provavelmente é mestiça (pra não dizer vira-lata), mas, não só eu como a veterinária, desconfiamos que ela é uma Schnauzer. Só não dá pra saber com certeza porque ela está com o pelo curto, foi tosada recentemente. Mas ela tem sombrancelhas e bigodes grandes, é cinza...se não for 100% Schnauzer, com certeza a mãe ou o pai é.


Enfim, segue a vida.

Mas é triste.
A boa e velha Lucy morreu cedo, tinha só cinco anos. E deixa muita saudade. Vai ser difícil se acostumar a certas coisas que só ela fazia. Até mesmo travessuras como subir na mesa e pegar pedaços de queijo, ou ficar perturbando todo mundo que aparecia aqui em casa.

De qualquer forma, acreditro que ela e a nova Lucy se dariam muito bem.
No fim da contas batizar essa nova cachorrinha de Lucy me soa como uma bela homenagem por parte da minha mãe para uma cadelinha que foi super companheira, carinhosa e que deixou um buraco no coração de todo mundo aqui em casa.


Passarinho, que som é esse?



Os The Darma Lóvers - Os The Darma Lóvers


Este disco é uma das pérolas escondidas do rock gaúcho, que no início da década 00 foi extremamente fértil.

Os The Darma Lóvers começaram como uma dupla, Nenung e Yang Zan, praticantes da meditação e do budismo que decidiram transformar em canções tudo que vivenciavam neste meio.

Independente de você se interessar e/ou acreditar em Buda, vale a pena ouvir este que foi o disco de estréia da banda.

O disco Os The Darma Lóvers é de 2000 e foi produzido por ninguém menos que Frank Jorge, uma das personalidades fundamentias do rock gaúcho e da música independente do país. E isso já diz muito sobre o disco.

As músicas são basicamente voz e violão. Há algumas incursões de baixo e guitarra, mas o que predomina é um lance dylanesco.
Sim, a base das canções é o folk, com pitadas de psicodelia e pop.

O carro-chefe do disco foi a canção Seres Extranhos, que chegou a ser hit no sul do país, com um violão vigoroso e uma saborosa gaita.
Realmente essa canção define bem o estilo da banda.
Mas vai muito além.
Nenung é um compositor de mão cheia e mostra neste disco melodias simples, porém maravilhosas.
Minha favorita é Três Coroas, uma balada falando de vários lugars no mundo e que acaba sempre em Três Coroas, cidade gaúcha onde encontra-se um dos principais mosteiros budistas do país.

Mas, claro, o disco todo é recheado de canções saborosas. E também vale dizer que apesar de ser basicamente um disco com letras falando de temas e mensagens budistas e sobre meditação, não soa nem um pouco cansativo. São letras bonitas, às vezes até bem humoradas.

É um disco na medida. Dá pra parar pra refletir e também dá pra ouvir só pra passar o tempo curtindo um som agradável.

Super recomendado!

Pra variar, é um disco que não deve ser bolinho de achar.
Interessados podem entrar em contato comigo ou então visitar o blog da banda, onde dá pra ouvir músicas, ver fotos, conferir textos, entrar em contato com a banda e tudo mais, além, é claro, de comprar os discos. Vai lá!
http://www.darmalovers.com/



Este disco é para quem gosta de:
Pensar na vida, Bob Dylan, incenso, batas indianas, arroz integral, fogueira e violão, andar pelado em casa, mascar gengibre.



Aperta o play, Macaco! - Signal Dire - Snow Patrol

8 comentários:

Mariana Machado Hirche disse...

Eu sei bem o que é isso. Talvez os cachorros sejam, para mim, mto mais importante que a maioria das pessoas. E eu já enterrei alguns. Atualmente, deixei 4 pra trás. E não é legal.Triste de verdade pela Lucy.

Anônimo disse...

"Enfim, segue a vida...."
Só quem ama cachorros sabe como é ruim acordar no domingo e não ver mais aquela festa quando a gente acorda!

Alfie disse...

so sorry... eh foda mesmo. nao tem nem o que fazer. achei bacana que vc adotou um animalzinho sem lar. os "mesticos" sao os melhores. uma hora vou aih conhecer e dar a bencao do tio.

el escama disse...

Gozado, esses dias ando ouvindo Os The Darma Lóvers comcerta frequencia. Tão com disco novo,tá sabendo? Até a Mariana Aydar gravou "Peixes",uau!

Sinto pela cã. Era uma pentelha mas era boazinha, hehe!

Antonio disse...

Foda, cara.
Fiquei um tempão meio aéreo quando vc mandou a mensagem no sábado.

Baita cachorra bacana. Só de saber que eu não vou mais deixar ela escapar "sem querer" no meio dos churrascos, pra perturbar todo mundo, já bate uma sensação bem estranha.

Dói bagarai perder um cachorro, mas achei bacana a iniciativa de vcs.

Unknown disse...

Muito triste... Nem te contei, mas o Alfredinho foi pro céu dos gatos mês passado. Não dá nem pra lembrar. 16 anos com o bicho, vira gente pra nós... bjo procê

Ag Flô das Oliveiras disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Ag Flô das Oliveiras disse...

Olá!
O som do The Darmas é muito lindo!
Mas só encontro algumas músicas na net.
Vc tem os álbuns?
Como podes compartilhar?
Beijocas