A cada acontecimento da minha vida, eu vejo alguma coisa dos Beatles no meio.
É como eu e o Antonio sempre dizemos: Beatles está acima do gosto musical...banda favorita e etc. Beatles é religião.
Sei que parece exagerado. Mas, de fato, sempre acabo associando minha vida com algum aspecto da existência dos Beatles.
Primeiro, já que estamos no assunto beatle, vamos logo falar sobre o filme I Wanna Hold Your Hand.
O filme, a princípio, parece ser bem besta. Mas não é. Chega a impressionar o roteiro bem amarrado e recheado de surpresas. Cada personagem passa por situações inesperadas, engraçadas, emocionantes até.
O filme, a princípio, parece ser bem besta. Mas não é. Chega a impressionar o roteiro bem amarrado e recheado de surpresas. Cada personagem passa por situações inesperadas, engraçadas, emocionantes até.
O retrato da beatlemania é muito fiel. Fãs histéricas atacando qualquer coisa que lembre os Beatles, as tentativas de invadir hotéis, as hordas de policiais impacientes, adultos conservadores criticando aquela balbúrdia...
No meio de tudo isso, o filme vai se passando com uma fotografia esperta. Sempre que precisa enfatizar a presença dos Beatles, sempre que eles aparecem, ou estão de costas, ou só aparecem pés.
O filme é sobre adolescentes e para adolescentes (e beatlemaníacos em geral). Portanto, é um filme intenso, com cortes rápidos e trilha sonora praticamente ininterrupta, só com clássicos dos Beatles.
Não só a direção, como o roteiro são de Robert Zemeckis e a produção é de Steven Spielberg. Pois é, com essa turma falando dos Beatles...não tinha como sair um filme ruim.
Mais que recomendado.
Ainda falando nos Beatles, e também sobre mim mesmo...
Estou nas últimas páginas da mais recente e completa biografia dos Beatles, The Beatles, de Bob Spitz.O livro foi me dado de presente pela Kris, minha grande amiga que, atualmente, parece estar na ilha do Lost, de tão longe.
Enfim...É uma sensação difícil de explicar. À medida que se vai lendo o livro, constatar como a banda ia se desfacelando. E é tão difícil explicar o que aconteceu...É leviano demais culpar a Yoko pelo fim da banda, ou o aglomerado de picaretas que tomou conta da Apple, ou a inaptidão dos quatro para administrar seus bens, ou as drogas...
Mas o triste mesmo é ver a relação dos quatro desmoronando. Ler como, no início e até 1966, eles se divertiam criando juntos nos estúdios. E ver que de 1968 pra frente, eram só discussões, palavrões. Chegando ao ponto de George Martin ficar de saco cheio e abandonar os estúdios no meio das gravações.
E o que isso tem a ver comigo?
Bom, exatamente neste momento da minha vida, estou reconsiderando como me comporto e me relaciono com as pessoas. E como é difícil lidar com situações que envolvem sentimentos de várias pessoas. Como é difícil sem sincero ás vezes. Como é difícil!
Acho que faz parte do crescimento tu se desentender com algum grande amigo. Ter teu coração partido por uma garota que tu mal conhece. Depois ter teu coração partido por outra garota que tu até que conhece bem...depois partir o coração de alguma garota...e por aí vai.
É impossível crescer sem magoar ninguém.
E sem se magoar.
Leio sobre John e Paul discutindo nos corredores de Abbey Road e penso em alguns amigos. Leio sobre John, Cyn e Yoko e penso em outros amigos, Leio sobre Paul, Jane e Linda e penso em mim mesmo. Leio sobre John afundado em drogas e penso em outros amigos. Leio sobre Ringo, muitas vezes, indiferente demais, e penso em mim mesmo.
Todos seres humanos idiotas.
Eu, meus amigos, as garotas, os Beatles...
Porque são tantas coisas acontecendo...tanta gente. Eu sinto raiva, medo, esperança...e penso em rostos familiares. Gente que cruza meu caminho de repente.
Uma vez uma amiga me disse que achava covardia um cara querer uma garota e não se declarar.
E eu me senti covarde. Desde a adolescência. Um grande covarde.
Mas depois pensei melhor.
Não é bem covardia. Às vezes é auto-preservação. Às vezes é medo puro e simples, desses que inibem qualquer ação. Às vezes é inexperiência. Às vezes é o amor de verdade, que vira a cabeça do moleque no avesso...
Ah, mas claro, pode ser covardia mesmo também.
Uma vez, eu tocava numa banda que tinha um potencial do caralho. E a banda acabou porque cada um queria uma coisa diferente e o vocalista tinha uma namorada extremamente ciumenta que arranjava briga em todo lugar onde a banda ia tocar.Para preservar a amizade entre os integrantes, a banda acabou.
Uma vez quatro moleques pobres se juntaram para tocar skiffle, e depois rock 'n roll. Eles conquistaram o mundo e se separaram após oito anos do lançamentod e seu primeiro disco. E mesmo a quantidade imensa de ressentimentos que cada um levou consigo dessa separação não conseguiu ofuscar o brilho de sua obra e, lá no fundo de cada um deles, não abalou tanto assim a amizade.
Após a separação, George tocou com o John, Ringo tocou com o Paul e por aí vai.
Em resumo:
Em resumo:
Todos seres humanos idiotas.
Eu, meus amigos, as garotas, os Beatles...
Todos tentando ser compreendidos, amados e etc.
Todos nós.Idiotas.
Passarinho, que som é esse?
Totalmente independente, este EP me impressionou desde a primeira audição.
De Londrina, PR, o trio vem da extinta banda Silêncio que tinha uma pegada mais rock n' roll.
De Londrina, PR, o trio vem da extinta banda Silêncio que tinha uma pegada mais rock n' roll.
Rebatizados como Os Céticos, o trio ataca de chapéu e tudo com canções inspiradas evocando country e folk de qualidade.
Infelizmente contanto apenas com cinco canções, o EP O Fogo Não Acende Na Cabeça do Macaco é perfeito.
Dá pra ouvir repetidas vezes sem cansar, até decorar as letras e sair pela rua assobiando as melodias.
As letras são caso á parte. De uma simplicidade tremenda, as letras estampam sinceridade e espontaneidade.
O grande destaque é a divertidíssima Só Pra Me Irritar, onde o autor vai listando tudo que o irrita, ou como as coisas acontecem somente para irritá-lo. De tão boba, acaba sendo irresistivelmente deliciosa.
Hit certeiro!
Hit certeiro!
A faixa-título do EP também se destaca pela sua letra imaginativa e sua melodia country-rock empolgante. O refrão é coro garantido nos shows.
As demais faixas não deixam a desejar às já citadas.
Só Quando Estou Só é a mais bela do disco, uma letra introspectiva que se encaixa perfeitamente no arranjo minimalista da canção.
Vou Me Desculpando é quase uma balada, mas com uma pegada energética.
E Tropagem é a mais rock da bolachinha com um riff de guitarra instigante e letra excêntrica.
O disquinho deixa o ouvinte com o famoso gostinho de "quero mais" após cada audição.
Sem dúvida é uma banda que ainda tem muito a nos oferecer.
Sem dúvida é uma banda que ainda tem muito a nos oferecer.
Confira o som dos caras no myspace:
Longa vida aos Céticos!
Este disco é pra quem gosta de:
Chapéu e botina, filmes de caminhoneiro, Bob Dylan, papo-cabeça, estrada, Grateful Dead, barba por fazer e blusão com cheiro de maconha.
Dá o play, macaco! - Revolver - The Beatles