Quando eu era adolescente, às vésperas de prestar o vestibular, pensei muito em fazer cinema. Mas desisiti da ideia porque não me achava digno para tal. Por não conhecer de fato o tema. Não tinha assistido filmes clássicos como Casablanca e Cidadão Kane até então. Sentia que estava me deixando levar pelas influências na época. Já tinha lido umas três vezes On The Road do Kerouac e admirava muito Jim Morrison, que carregava muito da cultura beat de Kerouac em seu DNA e havia cursado cinema antes de entrar para os Doors.
Acabei indo pro jornalismo, que abandonei dois anos depois. Mas o cinema continuou uma paixão. Acho que só agora o compreendo de verdade. Não sei se teria me dado bem no curso de cinema. Talvez meu inconformismo e imediatismo me fizessem abandoná-lo também.
Hoje eu sei que por mais que eu viva, ainda me faltam filmes clássicos para assistir e me encantar. Para o resto da vida assistirei filmes de trinta, quarenta anos atrás e vou me espantar com sua beleza, impacto e carga artística e emocional.
Há menos de quinze minutos desliguei a TV e corri para escrever, tamanho o impacto do filme que acabei de ver me causou. Um filme de 1967, ganhador de Oscar e tudo mais. Um filme que eu sempre soube da existência, mas nunca tinha parado pra assistir.
Estou falando do The Graduate, A Primeira Noite de Um Homem em português. Com um jovem Dustin Hoffman como protagonista e música de Simon and Garfunkel.
Um filme clássico! Espantoso pela sua carga dramática! Um filme sobre amor e juventude. Um filme questionador e eletrizante, não por ser cheio de cenas de ação, mas por ser tão denso que prende a atenção e te deixa grudado na tela a cada segundo!
Tecnicamente, não há muito o que dizer sobre o filme. É uma direção precisa de Mike Nichols que lhe rendeu o Oscar de melhor diretor, um roteiro apaixonante, atuações excepcionais de Dustin Hoffman, Anne Bancroft, Katerine Ross e todo o resto do elenco, uma montagem super bem feita, fotografia esperta...tudo no filme funciona!
O longa conta a história de um rapaz recém formado, perturbado com seu futuro e inexperiência, que se envolve com uma mulher mais velha, esposa do sócio de seu pai. E acaba se apaixonando pela filha do casal.
Tudo isso embalado por músicas que se tornaram standards da música pop como The Sound Of Silence e Mrs Robinson de Simon and Garfunkel.
Acabei de assistir o filme e fiquei impressionado. Fui arrebatado pelo amor urgente que o filme retrata. Me identifiquei com um jovem que não sabe o que fazer do seu futuro, mas sabe que precisa viver para descobrir! Reafirmei para mim mesmo o amor que sinto e a certeza de estar com a pessoa certa, a única que me completa e me faz feliz.
Acabei de assistir o filme com a alma lavada! Certo de que o cinema para sempre vai me encantar e me mostrar que eu estou no caminho certo.
Passarinho, que som é esse?
Coco - Colbie Caillat
Colbie Caillat é tida como o Jack Johnson de saias, fazendo um som agradável, com ótimas melodias e uma doce suavidade. Eu acho que ela vai um pouco além dessa simplória descrição. É o que podemos perceber neste Coco, primeiro disco da cantora, lançado em 2007.
O primeiro ponto a se destacar é que Colbie assina todas as faixas, ainda que em parceria com outros compositores. É o tipo de envolvimento com a obra que fica evidente na interpretação. Trazendo ao álbum uma verdade, um feeling nas canções que fica evidente.
A produção do disco é assinada por Mikal Blue, Ken Caillat, Colbie Caillat e Jason Reeves. Detalhe: Ken Caillat, o pai da cantora, já produziu discos de bandas como Fleetwood Mac, que certamente ajudaram na (excelente) formação musical dela. A produção é super clean, deixando o disco orgânico e suave, permitindo que as melodias brilhem por conta própria.
Destaco aqui as belíssimas Midnight Bottle, Magic e Capri. As levadas deliciosas de The Little Things, Tailor Made e Tied Down parecem te abraçar e te trazer para uma tranquila praia ensolarada, sendo impossível não sorrir ao ouvir. O disco foi impulsionado pelos hits Bubbly e Realize, duas excelentes canções.
Enfim, é um disco ensolarado por natureza. E esse é o seu grande diferencial! Traz ao ouvinte uma calma e alegria difícil de se encontrar na música hoje em dia.
Então, vá atrás!
Aperte o play e se permita sorrir.
Este disco é para quem gosta de:
Comédias românticas, tardes de sábado, água de coco, Alanis Morissette, andar de mãos dadas, roda de amigos, andar na praia, John Mayer, dormir até tarde, cantar no chuveiro.
Aperta o play, Macaco! - Humano Demais - Engenheiros do Hawaii