terça-feira, 11 de setembro de 2012

Can you fell it?


Algumas das grandes questões da humanidade dizem respeito ao amor.
O que é o amor? Como mensurá-lo?
Poetas, músicos e escritores já divagaram muito sobre este assunto.

Na modesta opinião deste que vos escreve, quem chegou mais perto da resposta foi Vinícius de Moraes, que escreveu que "Para viver um grande amor, primeiro é preciso sagrar-se cavalheiro e ser de sua dama por inteiro — seja lá como for. Há que fazer do corpo uma morada onde clausure-se a mulher amada e postar-se de fora com uma espada — para viver um grande amor." E escreveu também que o amor deve ser infinito enquanto dure, posto que é chama.

Acho isso tudo muito bonito. Mas acredito que a verdadeira beleza do amor é seu espírito livre e incompreensível. Sedutor e devastador de corações.
O amor existe para que a gente o sinta e não para que o entenda.

Não importa que referência você busque para demonstrar, conquistar, construir, manter e solidificar o amor.

O importante é sentí-lo.

Imagine um casal apaixonado. Mãos dadas em passeios ao sol. Sorrisos, carícias. Toda uma aura de delicadeza e ternura.

Como você imaginou esse casal?
Possivelmente, você imaginou um casal jovem, por volta dos vinte anos, certo?

Pois o cinema nos trouxe uma nova experiência. Principalmente para quem tem menos de quarenta, cinquenta anos. Poder vibrar, sorrir, chorar, torcer e se emocionar com um casal beirando a terceira idade.

Ainda está em cartaz em alguns cinemas Hope Springs, Um Divã Para Dois aqui no Brasil. Um belíssimo filme que mescla romance, comédia e drama protagonizado por Tommy Lee Jones e Meryl Streep.



O plote do filme parece rotineiro e pouco convidativo. Um casal de meia idade que procura um psicólogo para conseguir recuperar o romantismo de outrora ao casamento.

Os temas abordados como sexualidade após os cinquenta anos e a rotina da vida de casado, principalmente após os filhos crescerem e deixarem a casa dos pais são conduzidos de forma delicada, sem exageros no humor ou no drama.

A química entre Meryl Streep e Tommy Lee Jones é fantástica. Acabam eclipsando todo o resto do elenco que inclui Steve Carrell como o terapeuta do casal.

É nos personagens que encontramos o grande trunfo do filme. A inquietude que Streep e Lee Jones passam é constante. Não há brigas nem traições. Só há um desconforto geral que é passado ao espectador de forma muito eficiente pelos atores.

A fotografia e montagem deixam isso mais claro em ótimos planos fechados, detalhes como a distância que um mantém do outro. A escolha de locações também foi muito cuidadosa e permitiu uma fotografia belíssima em boa parte do filme.

O roteiro todo focado nos personagens e sua psiqué também é de se aplaudir. A história pode até ser um pouco óbvia, você até imagina como tudo vai acabar. Mas o caminho até chegar a este final é saborosíssimo e recheado de pequenas surpresas, risos, emoções e tensões.

O diretor não podia ser melhor. David Frankel sabe como ninguém retratar histórias de amor que misturam rotina no relacionamento tendo dirigido Marley e Eu e alguns episódios da série de TV Sex and The City. Também tem o poder de dar asas a grandes atores como fez com a própria Meryl Streep no sensacional O Diabo Veste Prada.

Em resumo, é um filme que fala de amor como ele é.
No final não há grandes explicações. O filme revela que o amor está sempre aí. Basta você perceber e saber sentí-lo à sua maneira.

Filme mais que recomendado!
Vá assistir sem se preocupar em entender.

Apenas sinta!


Passarinho, que som é esse?


The Flaming Lips - Yoshimi Battles The Pink Robots

Eis uma das grandes bandas dos últimos tempos. Formada em 1983 já mudou muito de formação e lançou muito material de alta qualidade! Um  inusitado mix de psicodelia, noise, power pop, folk e pitadas de eletrtônica faz dos Lips uma banda impressionante. Algo como um Radiohead sorridente.

Depois de praticamente vinte anos de lançamentos que faziam a alegria do underground e, já aclamados pela crítica após o fenomenal The Soft Bulletin, Wayne Coyne, Steven Drozd e Michael Ivins, os três multi-instrumentistas, lançam em 2002 esta jóia rara da música pop chamada Yoshimi Battles The Pink Robots.

Um disco conceitual que conta a história de uma garotinha, Yoshimi, que luta contra terríveis robôs cor de rosa que querem destruir o planeta. Misturando video game, filosofia e muito amor no coração, o ouvinte é apresentado a um mundo mágico de riqueza sonora e belas harmonias.

O esmero com a produção, a cargo dos Lips e do produtor Dave Fridmann proporcionam ao ouvinte uma verdadeira viagem psicodélica com ambiências mil, detalhes, barulhinhos e efeitos. Mas o grande mérito fica com as composições belíssimas de Wayne Coyne.

A faixa título é de uma beleza ímpar, melodia açucarada e um arranjo bem executado. Do You Realize? é uma gema pop de primeira grandeza, uma balada forte com violão e belos vocais. Ego Tripping At The Gates of Hell tem uma batida agradável e uma linha de baixo hipnótica com belas harmonias vocais.
Isso só pra destacar algumas. Porque ainda temos a maluquice sonora que representa a luta entre Yoshimi e os robôs na música Yoshimi Battles The Pink Robots Part II e a viajandona All We Have Is Now.

Sem exagero, The Soft Bulletin, lançado em 1999, e este Yoshimi Battles The Pink Robots estão entre os discos mais criativos dos últimos vinte anos.

É discoteca básica!

Vai lá ouvir!


Este disco é para quem gosta de:
Jogos do Master System, vodka com energético, roupas coloridas, ser outsider, Teenage Fanclub, fazer check in no foursquare quando chega em casa, Portishead e sorvete de morango.

Aperta o play, Macaco! - Country Os Brancos - Língua de Trapo. 


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