terça-feira, 18 de novembro de 2008

Mais uma de amor...

Após uma agradável conversa, venho escrever (de novo) sobre dois dos filmes fundamentais para a formação dos meus conceitos sobre relacionamentos.
Sim, eu estou falando de Before Sunrise (1995) e Before Sunset (2004), do diretor Richard Linklater.
Não consigo falar deste filme sem falar de mim mesmo. O que vem bem a calhar neste momento da minha vida.

Pra quem não sabe do que se trata, o filme mostra um casal de jovens que se conhecem num trem na Europa à caminho de Viena. O jovem Jesse, americano, vai passar o dia em Viena para pegar um avião na manhã seguinte e voltar para os Estados Unidos. Ele convence a parisiense Celine, que está voltando pra casa após visitar sua avó em Budapeste, a ficar em Viena com ele até que ele pegue seu avião, para que possam continuar a agradável conversa iniciada no trem.


Já dá pra imaginar o que vai acontecer à partir daí. E é aí que está a graça. Eles vão andando pela cidade conversando e conversando e conversando. O filme tem tudo pra ser chato. São cenas longas com só os dois falando sobre diversas coisas. Mas esses diálogos, a interpretação dos atores...é delicioso ir notando cada detalhe, como aos poucos a insegurança vai os traindo em gestos, relances, olhares...como vão se interessando um pelo outro.


O nervosismo instantes antes do primeiro beijo, a doçura dos olhares cada vez mais enternecidos e a angústia da hora da despedida que se aproxima.
O final do filme surpreende e, ao mesmo tempo encanta. Mostra como os jovens lidam com os sentimentos...


Jogos de sedução. Paixões repentinas. Prazer. Verdade. Amor...

Eu sei que ninguém sabe lidar bem com isso tudo. Mas, às vezes, eu me supero. E questiono tudo. E nunca sei o que realmente quero.
Sempre me senti como Jesse no filme. Um garoto que quando, de repente, se dá conta, sua namorada não está mais do lado, fica desencantado, amargo. E quando encontra outra pessoa. Se encanta. Fica inseguro...mete os pés pelas mãos. Não sabe o que dizer, aí, sempre acaba falando muito...


Alguém que não sabe jogar o jogo. E, muitas vezes (como agora, por exemplo) se dá por vencido. É aquela velha história de tu se enganar: "Bah, mas é bem melhor não se envolver com ninguém...Sair pra beber com os amigos quando quiser, olhar pra qualquer garota..."

Besteira!


Enfim, digo isso tudo pra mostrar que o filme desperta tanta coisa, faz como que tu pense de verdade no que representa gostar de alguém. Até onde tu iria. Tu teria voltado seis meses depois? Ou tu encararia como um momento que passou e segue tua vida? Será que as coisas podem acontecer naturalmente daquele jeito? Será que o amor de verdade tem essa naturalidade que eu nunca encontro porque fico nervoso, com medo de dizer qualquer coisa...morrer por um sorriso...será que é isso? Onde eu acho essa naturalidade?

Talvez seja sorte.

Talvez nada disso exista.


Mas eu ainda espero poder, quem sabe um dia, também ficar sentado e deixar meu avião partir sem mim.

Passarinho, que som é esse?


Jagged Little Pill Acoustic - Alanis Morissette

Alanis Morissette é uma cantora controversa. Mas, incontestavelmente, apesar de suas declarações provocativas e comportamento inconstante, compos grandes canções.
A maioria delas encontram-se em seu terceiro álbum, Jagged Little Pill (1995), lançado em 1995 e responsável pelo seu estrondoso sucesso no mundo todo.

Para comemorar os dez anos de lançamento de Jagged Little Pill, a cantora decide regravar as canções do álbum em versão acústica.E não é que funcionou?

O disco ficou ainda mais saboroso. Canções como You Oughtta Know e Head Over Feet ficaram ainda mais intimistas com arranjos mais enxutos e minimalistas com violão, piano e um ou outro arranjo de cordas aqui e ali, evidenciando ainda mais as letras confessionais da canadense.

Mas o destaque fica para as canções que já tinham uma melodia e arranjos mais doces. Perfect ganhou um novo arranjo de piano que deixa a música mais encorpada e bonita de se ouvir. Hand In My Pocket chega a emocionar com Alanis cantando sobre uma base de violão como se ela estivesse no seu quarto cantando, tocando violão com a gaita pendurada no pescoço e olhando nos seus olhos.

Em algumas canções faltou um pouco de tempero, é verdade. A onda minimalista deixa algumas músicas um pouco cansativas. Algumas idéias do Unplugged Mtv (1999) poderiam ser aproveitadas ou revistas, como a marcante linha de baixo em Ironic e o punch da bateria em You Learn.

Mas não é nada que tenha estragado as canções. Jagged Little Pill Acoustic acabou, em vários aspectos (arranjos e produção), superando sua versão plugada, deixando o disco suave e intimista, para que o ouvinte entre em contato com os sentimentos de cada canção.

Mais que recomendado!


Dá O play, macaco! - Mi's Favorites - John Mayer

8 comentários:

Mariana Machado Hirche disse...

A insegurança q o amor causa é a melhor parte...o resto é tudo mais do mesmo - pelo menos assim penso eu!

Alfie disse...

emo! bixa! e sem um pingo de nocao de humor refinado... o site do lalalalalalala eh bacana sim!


ah! ja disse que vc eh emo?
...
...
hehehehe

Anônimo disse...

Porra, mermão! Nem avisa que tá de blog novo!

Anônimo disse...

Eu ainda acho essa visão de amor réstia de uma culpa católica q nos persegue. Ele não deveria nos sufocar. Ele é livre pra ser momentaneamente grande ou apenas ser Roma de trás pra frente. É a mistura da "noite mais linda do mundo" q o Odair Jpsé falou com a "Maçã" q o Raulzito cantou e o Adão mordeu...

Lilly disse...

o amor nos faz sentir assim mesmo... vc não é o único que se dá por vencido nesse jogo.
bem-vindo ao clubinho, meu caro!
:D

Kris disse...

Este é um dos meus cds favoitos - o unplugged também é legal, mas o JLP é demais. Comprei quando lançou, sei todas as músicas de cor até hoje, ouvia de manhã antes de ir pro trabalho e meu sobrinho ficava dançando - you live, you learn, you love, you learn, you cry, you learn...
Beijo bem grande, Paulo! Saudade!

Kris disse...

Ah, e concordo com el escama quanto à culpa católica e tals. Acho que a gente vai viver com esta sombra até morrer. Sério mesmo. Beijo.

Juliana Spadoto disse...

Tenho os dois "Before". Não consigo assisti-los quando estou envolvida com alguém. Também não sei explicar o motivo.