quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Rocks Off

Numa fase mais individualista, penso sobre várias coisas, mas nada tem tomado tanto meus pensamentos e meu tempo como a música.
É, eu sei...sempre foi assim. Mas agora é um pouco diferente. Tanto na concepção (ando numa fase criativa e estou compondo bastante) como na assimilação.



Foda, por exemplo, é ouvir Mull of Kentire.
É uma música besta. Tem o quê? Três acordes...? Mas, cara...o que essa música passa. Em determinados momentos você se sente um pouco escocês cantando aquela melodia tão bonita, tão reconfortante...E a gaita de foles que rasga a tua alma em pedaços.

É disso que eu estou falando!


Estive ontem no estúdio do Marcão para registrar algumas de minhas canções. Fui com idéias mirabolantes...vocais, arranjos de violão. Aí fizemos um primeiro take de uma música chamada Perto, composta na época em que eu estava com a Hortência. Gravamos direto, eu tocando e cantando, mais pra ser uma guia.
Quando eu ouvi como ficou, falei pro Marco: "Vamos pra próxima música! Essa tá pronta!"
Modéstia à parte, a música não faria muito sentido de outra forma que não aquela. Com a minha voz falhando e uma ou outra escorregada, mas transbordando em sentimento!

E isso foi o que ditou as gravações. Reduzi as canções a um ou outro backing vocal, sem as aspirações beachboynianas que caracterizam as gravações anteriores minhas e do Victor.


Hoje estava ouvindo a canção Signal Fire, da banda Snow Patrol.
É uma balada besta de uma banda que não traz muita coisa nova. Mas a música me passou muita coisa bacana...e eu, de cara peguei o violão pra tirar ela. E é outra música ridiculamente simples que se resume ao bom e velho lá, fá sustenido menor, ré e mi. Mas, claro, com um arranjo muito bem feito de guitarras e piano.

Também um pouco influenciado por Johnny Cash, que tenho ouvido exaustivamente, compus uma das canções mais simples da minha vida, porém, das mais belas, singelas...uma balada country arrastada e uma letra confessional sobre conquistas (ou a falta de).

E isso tudo acaba me animando um pouco. Eu que andei, ultimamente bem desiludido, musicalmente falando (pra não falar no resto...). Agora já posso dizer, com essas gravações e tudo mais, podem esperar um myspace e um tramavirtual com minhas canções. E podem esperar minha volta aos botecos com o violão pendurado na cacunda.

Mais uma vez, falo de música, de sua importância pra mim...e cada vez mais, me distancio um pouco daquela coisa rocker que eu sempre preguei. Não que eu negue isso. Pelo contrário.A banda Verafisher segue a todo vapor com novas canções e entusiasmo renovado em ensaios periódicos com direito a ceva e boas gargalhadas.
Ainda ouço Rock Rocket e acho genial. Ainda saio pela rua com fones de ouvido na orelha cantando a plenos pulmões o que quer que esteja tocando no meu mp3 player, de Beatles a Nirvana.

Mas alguma coisa dentro de mim anda preferindo caminhar pelas ruas desertas de domingo de mãos dadas com aquela garota ouvindo Simon & Garfunkel a pular em baterias insandecido e encharcado em suor.

Idade?


Talvez.



"Pensei que era liberdade, mas na verdade, era só solidão."


E isso não é tão ruim quanto parece.







Acho que tenho convivido demais com el escama...







Passarinho, que som é esse?



Maicou Douglas Syndrome - Comunidade Nin-Jitsu



A banda porto-alegrense Comunidade Nin-Jitsu tem a cara do rock gaúcho. Irreverente, politicamente incorreta, criativa...Mas quem pensou em Cascavelettes e Graforréia Xilarmônica, passou longe.

A CNJ começou no fim dos anos noventa com a impagável música Detetive, que saiu em demo e estourou pelas rádios gaúchas. Em 1999 a banda grava seu primeiro disco, o excelente Broncas Legais, com produção do mestre Edu K e lançado pela RockIt!.


O disco traz a criativa e irreverente mistura que a banda faz com o rock n' roll e o miami bass (ou, o funk carioca). E a banda se mostra competente em ambas as vertentes.


Adiciona-se aí as letras engraçadíssimas de Mano Changes (vocal), trazendo toda as remanescências da contra-cultura gaúcha, do nonsense, do Teatro do Absurdo, e, das letras sacanas sobre sacanagem e drogas (herança de TNT e Cascavelettes).

Mas em 2001 a banda refinou a fórmula do primeiro disco, assinou com a Sony Music, pegou Dudu Marote pra produzir seu segundo disco e jogou no mercado naquele ano o clássico Maicou Douglas Syndrome.
A fórmula é basicamente a mesma de Broncas Legais, mas este segundo disco é melhor em tudo.

A banda parece mais coesa. A produção de Dudu Marote saturou ainda mais as guitarras dando ainda mais peso à mistura de baterias eletrônicas do miami bass. As músicas com letras ainda mais escrachadas deixam o ouvinte atônito em sua primeira audição, pois o disco já abre com o hino Cowboy com um refrão matador escorrendo ironia e no final ainda repetindo a frase "para ser cowboy não precisa ser brigão"! Impagável!


Daí em diante a cabeça já está pronta para os clássicos Ah, Eu Tô Sem Erva, Ejaculação Precoce, Patife e Não Aguento Mais.
Ainda se destacam Amazônia, um "mezzo-hip-hop-mezzo-reggae" sobre o tráfico na fronteira Brasil-Colômbia, Primo Morango sobre as experiçências lisérgicas com primos mais velhos e a excelente Guri de Dois, um rockão cheio de groove sobre um moleque espoleta!

O disco, no fim das contas, é de cabo a rabo incansável, mistura com precisão funk, miami-bass, rock n' roll e reggae. Tem letras pra cantar junto, pular, chapar, trepar, dar risada e até pensar um pouquinho na vida (se você tiver bom-humor).


É diversão garantidíssima pra qualquer festa, churrasco e eventos afins!


Ah, e tem uma das capas mais bacanas dos últimos tempos!


Ah, e mais uma curiosidade: O Mano Changes, letrista e vocalista da banda, autor de pérolas como "Não aguento mais/Viver sem você/Pára de tomar LSD" ou "O meu pai já me dizia/Quem come as feia ganha as boa" foi eleito candidato estadual do Rio Grande do Sul pelo PP (Partido Progressista) em 2006 com mais de 42 mil votos!



Tire suas próprias conclusões.








Este disco é para quem gosta de:
Sair à noite com a galera, pular na piscina com roupa e tudo, filmes de adolescentes em busca de sexo, Red Hot Chilli Peppers, drogas em geral e perder o amigo, mas não perder a piada.




Dá o play, Macaco! - Always Look On The Bright Side Of Life - Monty Phyton

2 comentários:

Anônimo disse...

Orra... quem me dera convivesse mais! Vaza dessa Marília fétida e vamos reeditar a velha dupla aqui! Prometo ser menos Brian Wilson e mais Simon & Garfunkel. Só nóis dois cantando e mais nenhuma gravina adicional. Chega ae!!!

Anônimo disse...

Cara, esse seu gosto pela comunidade Ninjitsu me custou cara: saimos atrás dela e acabei torrando uma grana com CDs, DVDs, camisetas e outras porras.
E viva São Cirilo!!! Afinal, o cara pode ser santo sim. Não comeu a Maria Joaquina.