segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Uma das coisas mais injustas para mim é escolher apenas uma pessoa para ser o "melhor amigo".
Eu tenho tantos amigos extraordinários, que não acho justo dizer que um é melhor.

Assim como o amor, a amizade não pode ser medida. Logo, não dá pra dizer quem é mais ou menos amigo.
O amigo é o cara que se preocupa contigo, que diz as verdades que tu precisa ouvir, que te dá conforto quando tu está mal, que te dá ânimo, que te diverte, que te faz gargalhar, que te faz chorar, que te escuta...

Falar sobre amizade é meio besta até, porque todo mundo sabe muito bem o que representa ter um bom amigo por perto, ou mesmo longe.

Mas é sempre bom lembrar da importância de se ter bons amigos.

Essa é uma das premissas do filme que venho falar hoje.

Mary & Max é uma animação lançada em 2009.
Mas não uma animação qualquer. Está longe de ser algo infantil, inocente...

A história, baseada em fatos reais, fala sobre Mary, uma criança introvertida, cheia de dúvidas e muito imaginativa.
Certo dia, Mary, que morava na Austrália, esperava por sua mãe numa agência de correios e resolve escolher um endereço aleatoriamente numa lista para escrever tentando conseguir respostas de algumas de suas dúvidas.

Ela acaba escrevendo para Max, um solitário homem de 40 anos morando em Nova York.
Max, intrigado, responde à carta de Mary e eles começam a se corresponder com frequência, iniciando uma amizade inusitada entre duas pessoas tão diferentes, e, ao mesmo tempo, tão parecidas (é um clichê, eu sei...).

Mas, apesar do clichê, a história funciona.
O roteiro é maravilhoso. Bem amarrado, consegue emocionar e fazer rir até chegar a um final soberbo.
Os desenhos são muito bons. A estética, um pouco sombria, lembra um pouco os trabalhos de Tim Burton, mas não chega a ser soturno, tem uma leveza...só vendo mesmo. É difícil explicar.

A direção é do premiado Adam Elliot, ganhador do Oscar em 2004 na categoria melhor curta-metragem.
Uma direção cuidadosa e muito eficiente, diga-se.

O filme é belíssimo.
Vai agradar tanto amantes de animação quanto amantes do bom cinema.
Se você gosta de filmes com um roteiro esperto, cenas emocionantes e finais surpreendentes, não deixe de assistir Mary & Max.

Ah, esqueci de dizer...quem dubla o personagem Max é só o Philip Seymour Hoffman.


Passarinho, que som é esse?



Mondo Cane - Mike Patton


Ao ler o nome Mike Patton, muita gente já pensa em distúrbios musicais, grunhidos e experimentações.
Não é que não seja verdade. Mas a versatilidade de Patton faz com que um nó na cabeça das pessoas apareça sempre.

Nada como um artista que tem o saudável costume de surpreender sempre seu público.

Mondo Cane é o mais recente projeto de Patton.
Um disco onde não encontram-se a psicodelia do Mr. Bungle, a violência dos Fantômas ou as melodias tortas do Faith No More.
Neste disco Mike Patton mostra sua verve mais pop, beirando o brega. Mas com um estilo único.

Admirador confesso de Ennio Morricone e dominando a língua italiana, Patton resolve gravar um punhado de canções italianas que foram sucesso nos anos 50.
E o resultado é inacreditável.

Basicamente os arranjos das canções não foram alterados drasticamente.
Essa é a primeira surpresa.
A segunda, e mais importante, é a interpretação de Mike Patton.

Com toda uma orquestra por trás, Patton mostra que ainda merece a alcunha de Homem das Mil Vozes.
Ele desfila seus famosos graves, alguns urros guturais e tudo o mais que lhe rendeu reconhecimento e respeito em todo o mundo.

O carro-chefe do disco é Deep Deep Down, de Ennio Morricone em uma versão suave e agradabilíssima.
Ainda destacam-se Urlo Negro, a mais agressiva do disco, a bela Il Cielo In Una Stanza, Ore D'Amore, com um arranjo incrível, 20km Al Giorno, com uma levada deliciosa...Mas minha favorita é Che Notte! Uma música forte com uma interpretação invejável de Patton...um arranjo jazz dançante e envolvente.

O disco todo é surpreendente.
Um disco delicioso de se ouvir em qualquer momento.

Vá procurar agora!


Este disco é para quem gosta de:
Festa à fantasia, western spaguetti, cores quentes, Ennio Morricone, queijo e vinho, apartamentos amplos, Faith No More, sarcasmo.

Aperta o play, Macaco! - Che Notte! - Mike Patton

2 comentários:

Unknown disse...

'poha caralho'.
ps. Adorei o post querido!

Alfie disse...

baixa-los-ei