Aproveitando um trabalho que tive que fazer para a faculdade, assisti o filme nacional Como Fazer Um Filme de Amor.
Achei o filme bem interessante e resolvi resenhar ele aqui pra vocês.
Como Fazer Um Filme de Amor
Mascando clichê.
O título deste filme de José Roberto Torero é muito auto-explicativo.
O filme vem retratar todos os clichês possíveis e imagináveis usados para atrair a atenção do público-alvo de filmes românticos (leia-se: mulheres).
O longa ganha pontos por ser um filme autoral (coisa cada vez mais rara, não só no cinema nacional). Torero é um roteirista de mão cheia. Neste trabalho, amarra muito bem as cenas, fazendo uso de um narrador esperto e engraçado.
As atuações funcionam bem. Denise Fraga é a protagonista junto com Cássio Gabus Mendes.
Fraga é a típica mocinha de comédias românticas. Simpática, divertida, esforçada, bondosa...ela tem que ser encantadora sem fazer uso somente da beleza. Mas seu desempenho deixa um pouco a desejar. Ela não consegue cativar o espectador como deveria. Mas se sai bem nas cenas mais engraçadas.
Cássio Gabus Mendes já consegue se sair melhor. É convincente ao viver o típico mocinho de filmes românticos, um homem charmoso e petulante, mas solitário. Além, é claro, de ter uma veia cômica excelente.
Mas, como bom clichê de cinema, o destaque fica com o vilão. Marisa Orth desempenha maravilhosamente o papel de vilã! Usa de todos os clichês existentes. Roupas escuras, é meio brega, mal-humorada e tem um capanga brucutu (vivido com perfeição por André Abujamra). Orth é naturalmente uma atriz de comédia, o que torna sua personagem ainda mais deliciosa.
O uso dos clichês, que muitas vezes pode decepcionar o espectador, torna o filme mais interessante, já que o narrador (o excelente ator Paulo José) vai deixando claro que aquilo tudo é intencional, justamente para ficar explícito como deve ser feito um filme de amor.
Todos os clichês estão lá. O casal protagonista se encontra pela primeira vez e se desentende, além de, aparentemente, não terem nada em comum.
Laura (Denise Fraga) é meiga e engraçada, boazinha...se preocupa com a mãe doente. Alan (Cássio Gabus Mendes) é rico, petulante, mas charmoso e, no decorrer do filme, se mostra solitário. Cada um deles tem um confidente. Ela a mãe, ele o mordomo.
A vilã Lilith (Marisa Orth) é autoritária, mesquinha, mau-humorada. Seu capanga Adolf (André Abujamra) é um brucutu alemão com sotaque carregado, desprovido de cérebro e devoto incondicional de sua chefe.
Ao decorrer do filme, mais e mais clichês pipocam na tela. Praias desertas, o casal correndo em câmera lenta, depois lado a lado trocando segredos, a vilã enciumada faz de tudo para separar o casal apaixonado e, é humilhada no final. O mocinho faz uma "loucura" para demonstrar seu amor...
Enfim. É um filme que ironiza este filão tão rentável do cinema, que se faz valer de uma fórmula só, não deixando espaço para roteiros mais ousados.
E este é o grande mérito de Como Fazer Um Filme de Amor.
Passarinho, que som é esse?
Li em algum lugar que deve ter alguma coisa na água do rio Guaíba que faz sair de Porto Alegre tanta banda esquisita.
Deve ser verdade.
Acretinice me Atray é um projeto musical que vem desde o começo dos anos noventa, capitaneado por Egisto Dal Ponte, membro dos Colarinhos Caóticos e produtor do clássico primeiro disco do Júpiter Maçã.
Em resumo, a banda teve várias formações e sempre primou pelo improviso, letras beirando a poesia e o nonsense...tudo muito cretino mesmo.
A formação clássica da banda está neste disco, lançado em 2000: Egisto Dal Santo (baixo), Cléo de Páris (vocal), Jimi Joe (guitarra), Astronauta Pingüim (teclados) e G. Schneider (bateria e outras percussões).
Era Uma Vez Um Gato Xadrez traz a irreverência do rock gaúcho, calcada no teatro do absurdo, jovem-guarda, Oscar Wilde, clichês retrô...tudo programado pra ser exagerado, até mesmo meio forçado. Cretino mesmo!
Essa mistura toda acaba tornando o disco maravilhoso. Tem boas melodias, bom humor, espetadas no povinho pseudo-intelectual...
A música que abre o disco dá o tom da obra toda. Boneca Comestível é uma música jovem-gardista com uma letra bizarra, um haikay nonsense.
Daí em diante, rola muito rock n' roll com um pé no blues e outros trinta e nove pés na psicodelia.
Destaco as canções Meu Amor/Não Existe Amor, Relâmpagos do Progresso, Duas Mulher e Sandina (que ficou famosa pelos Replicantes nos anos oitenta).
Se tu não está habituado a muita loucura sonora, fuja deste disco e vá procurar Mutantes, Júpiter Maçã e coisas do gênero.
Para iniciados neste filão, é só ouvir e se deleitar.
Este disco é para quem gosta de: Tirar onda de retrô, LSD, roupas coloridas, pin-ups, Syd Barret, Monty Phyton, rock gaúcho, brechó, goma de mascar.
erta o play, Macaco! - I Will - The Beatles
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2 comentários:
Hm, deve ser por isso que esse filme estava bem procurado na locadora nas últimas duas semanas. hehe.
Baixando o disco ;)
Eu jurava q tu já tinha falado desse disco. E pensar q, hj em dia, eu tomo umas com o Pingüim...
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