segunda-feira, 4 de julho de 2011

Surpresa!

Tem muita gente que não gosta de surpresas.
Eu não entendo.
Considero a surpresa uma das coisas mais fascinantes da humanidade. Pois é um acontecimento ou alguma coisa que te pega desprevenido, de peito aberto, e tu acaba sentindo as coisas de maneira mais intensa e profunda.

Para o bem e para o mal.

O filme que venho comentar hoje, já falei sobre a trilha sonora dele aqui. Mas agora é a vez de falarmos da obra em si.

500 Days Of Summer (500 Dias com Ela) é uma dessas comédias românticas que não se parecem em nada com as produções hollywoodianas com atores sem graça e roteiro com meio palmo de profundidade.
Lançado em 2009, o longa emana jovialidade por todos os poros. O filme é dinâmico, engraçado, emocionante...apaixonante.

Trata-se da história de Tom (Joseph Gordon-Levitt), um jovem que acredita no amor, alma-gêmea e tudo mais. Gosta de música e bons filmes. Trabalha numa empresa de cartões comemorativos.
Eis que ele conhece Summer (Zooey Deschanel) na empresa e fica logo interessado.
Summer é uma garota aparentemente desiludida. Não acredita em relacionamentos, em amor e nem nada disso. Parece ser muito feliz independente e sozinha.
Só parece.

A aproximação dos dois é inevitável. E o filme retrata os 500 dias de duração do relacionamento entre Tom e Summer.

A direção do longa é de Marc Webb, um jovem diretor que tem experiência com videoclipes e documentários de bandas pop. Este background deu ao filme um dinamismo e uma estética incríveis.O roteiro inspirado é assinado pelos igualemnte jovens Scott Neustadter e Michael H. Weber. Roteiro bem amarrado, saborosíssimo em suas referências pop, história simples e bem contada.
Somam-se uma fotografia delicada e uma montagem atraente.

500 Days Of Summer é um filme lindo. Não é só diversão garantida. É uma inspirada história sobre relacionamentos que te faz pensar e te faz querer viver um amor hoje.

E, afinal, não é isso que faz valer a pena? Os momentos vividos...
Ninguém sabe ao certo o que é o amor.
Se é que ele existe mesmo.

Talvez o amor seja a surpresa.

O que se sabe é que há momentos em que tudo parece perfeito.
E por mais que você não queira, esse momento acaba e só te resta esperar para que outros momentos apareçam.
Ser surpreendido de novo!

E quando você se lembra desses momentos e abre um sorriso e sente um misto de saudade e paz...Talvez isso seja amor.

Lembre-se do que disse Vinícius de Moraes: "Que não seja imortal, posto que é chama/Mas que seja infinito enquanto dure."

Eu acredito no amor.
Acredito no agora.
Infinito enquanto dure.


Passarinho, que som é esse?



Bonnie and Clyde - Brigitte Bardot et Serge Gainsbourg

Serge Gainsbourg é um dos maiores nomes da música pop francesa. Com um estilo tão prórpio, acabou desenvolvendo um gênero de música low-fi, de belas melodias e suavidade ímpar nas harmonias. É tido como um dos papas da chamada "música de elevador". Mas ele vai muito além.
Um compositor brilhante que sabia escrever harmonias complexas sem que soassem dissonantes. Casamento perfeito entre jazz e pop.

Além disso, Gainsbourg andava sempre bem acompanhado, o que certamente lhe garantia bom humor e disposição para criar de forma tão leve e irreverente.

Assim chegamos neste clássico disco Bonnie and Clyde.
Lançado em 1968, o disco conta com a deusa da nouvelle vague Brigitte Bardot dividindo o microfone com Serge Gainsbourg.
As canções abordam de tudo um pouco, mas sempre fazendo referência ao cinema e outras formas de diversão.

Destacam-se as canções Bonnie and Clyde, Comic Strip, Intoxicated Man, Everybody Loves My Baby e Docteur Jekyll et Monsieur Hyde como as mais óbvias referências ao cinema americano não só nas letras das canções, mas também nos arranjos calcados no jazz.
Também há no disco canções delicadas e de belíssimas melodias. São elas Un Joure Comme un Autre, La Javanaise e, principalmente, a linda La Madrague onde a voz doce de Bardot se encaixa com perfeição a uma melodia bela e bem construída.

Disco recomendado para todo mundo que gosta de música e cultura pop em geral.
Sem contra-indicações.
Disco obrigatório!


Este disco é para quem gosta de:
Pagar de intelectual descolado, tomar conhaque, Françoise Hardy, cinema europeu, vestir roupas pesadas no calor, Air, virtuosismo musical, maquiagem pesada.


Aperta o play, Macaco! - Silly Love Songs - Paul McCartney

Um comentário:

Bia disse...

500 Dias com Ela é muito gostoso de se ver. Eu achei divertido o jeito que mostra o tal "sofrer por amor". Tragicômico, como acaba sendo no final das contas!
E a cena com aquela música "You make my dreams come true" do Hall & Oats, pega em cheio! Acho que todo mundo já se viu num momento assim.

E Serge Gainsbourg, gosto bastantão mesmo. Desse álbum gosto bastante de Comic Strip, só que na versão francesa, Bonnie and Clyde e La Javanaise.
♪ Javú, jané, pavê, pavú! monamú! ♪

Adorei o post! Beijo