segunda-feira, 2 de março de 2009

People & Arts

Eu sou conservador!
Conservador não...é muito forte esse negócio de conservador...



Já sei!
Tradicionalista!



É isso!
Eu sou tradicionalista!


Pronto, falei!



Minha estadia em São Paulo neste carnaval me proporcionou apreciar uma forma de arte que poucas vezes tenho oportunidade de apreciar (confesso aqui um pouco de falta de interesse também). Trata-se do teatro.



Minha irmã mora na frente do Centro Cultural São Paulo, na avenida Vergueiro. No centro cultural os eventos culturais são baratíssimos. Nesta última sexta, dia 27, se eu tivesse ficado por lá, teria visto os Forgotten Boys por cinco pila.


Enfim, acabou que vi duas peças de teatro lá pelo módico preço de três reais cada. No sábado assisti a uma peça chamada Entre Divas e Senhoritas. No domingo, outra chamada Cold Meat Party - Festa do Presunto. E, na terça feira, gastando um pouco mais, fui ao Teatro Gazeta assistir a peça Toc Toc.


Entre Divas e Senhoritas é uma peça interessante, mas deveria ser indicada apenas para iniciados no assunto. Caso contrário, o espectador fica meio perdido...


Em resumo, a peça trata-se de duas ex-atrizes velhas em seu apartamento, onde, convivendo com a espera da morte, encenam grandes obras do teatro mundial. Essas encenações são pretextos para que as personagens relembrem causos envolvendo figuras do teatro paulista da década de 1950.


Interessante. Mas o foda é que o troço é meio caótico. Elas mudam de uma cena pra outra de repente. Quando tu está acompanhando uma idéia, elas já pulam pra outra, começam a contar uma história, voltam pra interpretação de antes...Na realidade, eu só saquei mesmo que a peça se tratava do que eu descrevi no parágrafo acima, do meio pro final, quando elas começam a citar fatos sobre Cacilda Becker e a ditadura...


Mas com certeza, 80% das citações e referências de peças famosas e etc passaram batidas pra mim.


No fim das contas, a peça me pareceu tão confusa que não me agradou.


Já a peça Cold Meat Party - Festa do Presunto, me agradou muito. Justamente por ser uma peça simples, linear...


A história se passa numa casa em Manchester, UK, onde está acontecendo o velório de um famoso escritor. Para o último adeus e para a esperada leitura do testamento, estão ali reunidos velhos amigos, ex-mulher, amante, filha e etc.
A história é ótima e engraçadíssima! Tem um ritmo perfeito entre entradas e saidas dos atores e uma linguagem atual. Irresistível mesmo!


A peça Toc Toc é na mesma linha. Comédia das boas. Texto gringo adaptado pro português.


A peça se passa numa sala de espera de um consultório médico. O doutor que atende ali é tido como grande especialista em TOC (transtorno obssessivo compulsivo). Os pacientes começam a chegar na sala, mas o médico está atrasado. Os personagens então passam a conversar e acabam numa grande terapia de grupo.


O texto é inteligente e muito engraçado! A atuação dos atores também é impressionante!

Baseado nisso, repito sem medo.


Sou mesmo tradicionalista!



Não gosto de jazz fusion e essas porras. Gosto do bom e velho Count Basie!






Passarinho, que som é esse?



RE - Cafe Tacvba



A banda mexicana Cafe Tacvba é provavelmente um dos principais expoentes de seu país, musicalmente falando. Foi a primeira banda latina a gravar um disco com o selo MTV Unplugged pela MTV americana, sem cantar uma canção sequer em inglês! São respeitados por gente como David Byrne e Beck.


Sem dúvida o disco fundamental (e que alçou a banda ao sucesso) foi este RE. Lançado em 1994, traz uma mistura saborosa de sons latinos que vão do bolero á salsa com rock n' roll e punk rock.

RE chegou a ser descrito como "equivalente ao álbum branco dos Beatles para a cena mexicana" segundo um crítico exagerado do New York Times.

Exageros à parte, o disco é realmente fantástico.


A mistura de estilos torna o disco atraente e exuberante. As composições são inteligentes e bem trabalhadas, com letras ora românticas, ora políticas, mas sem panfletagem.


Destaques para a saborosa La Ingrata, a dançante 24 Horas e a romântica Esa Noche. Isso sem falar na singela La Negrita com uma letra belíssima sobre simplicidade e amar seu próprio lar e Trópico de Câncer, que, com uma bela melodia, critica com lirismo de zapatistas a petroleiros.



Disco fundamental!






Este disco é para quem gosta de:


Ir no Fórum Social com a galera da faculdade, pagar de intelectual buscando suas raízes, Manu Chao, bandas descoladas, comer taco na Praça da República.






Dá o play, Macaco! - Tired Of Sex - Weezer

4 comentários:

Anônimo disse...

Além de Byrne e Beck, el escama tbm respeita demais essa banda. E concordo com a comparação do Album Branco, mas expando a importância pra toda cena latina. A diferença é q os caras q gravaram o "Re" eram amigos, hehehe! Putz disco do caralho! Um dos meus favoritos de todos os tempos e influência direta!

Anônimo disse...

Além de perder os Forgotten Boys na sexta, vc perdeu no sabado aqui pertinho de casa, Wander Wildner. Te mandei uma msg, mas vc não respode.

Mari Diamond disse...

"Sem tradição as coisas novas morrem" já disse o Freddy(do meu filme favorito O Acerto Final, dirigido pelo Sean Penn)

Deu saudade de ir ao teatro... só consigo fazer isso no Festival de Inverno de Ouro Preto...

Beijos.

Eduardo Guimarães disse...

Sabe doutor, o negocio é que São Paulo oferece uma gama de opções para uma pessoa tradicionalista como você.
Então arrasta essa sua bunda suja de Marilia e vem morar aqui logo, porra.
Beijinhos.